De cachecol como uma serpente no percoço, de luvas enfiadas, o casaco todo aproveitado, colado ao corpo pela força do vento, entro no autocarro para mais uma jornada do meu dia (ou da minha vida). Sento-me ao lado de uma senhora, avozinha, de cabelos brancos e um olhar longínquo. Também eu me perco na longevidade do meu olhar. Quando reparo, estamos as duas exactamente iguais. A mesma direcção de olhar, as mesmas mãos pousadas uma sobre a outra, fincadas nas pernas que se apertam. Já reflexos de cabelos brancos...???....
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