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sábado, junho 19, 2010

a passarola voadora morreu

José Saramago, prémio nobel da literatura em 1998, morreu.
Poeta e escritor português.

A morte do escritor apanhou-me de surpresa. Toda a morte apanha de surpresa, ainda que seja inevitável. Não existe imortalidade a não ser para a obra que fica da pessoa, neste caso de Saramago.

José Saramago parafraseou Ricardo Reis quando este escreveu: "Nada fica de nada". Para o escritor português "nem ficam as obras".

Mas ficam! Quanto mais não seja na prateleira lá de casa. Na memória. No facto de ter feito a minha vida de estudante à volta de testes e exames que incluiam as ideias e palavras de Saramago. E isso fica.

Não tenho feito grandes coisas nesta vida, mas pelo menos consegui uma: assistir a uma palestra formidável de José Saramago aqui há 6 anos, em Braga.

Eu quero lá saber das divergências com Deus, o País, ou o comunismo. Sei que gostava das palavras, das estórias, e esse legado fica para sempre. Para lermos aos filhos, netos e a quem mais queira aprender o mágico mundo de juntar letras a fim de dar ao mundo uma mensagem...sobre a blimunda sete-luas e o bastasar sete-sóis. Não é lindo?