um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

quarta-feira, junho 25, 2014

o sentido de mim

cada vez mais tenho tino em mim mesma. sei qual é o sentido de mim mesma. o caminho que quero e o que não quero. cada vez mais gosto mais de mim. a sério, amor de paixão. cada vez mais sei fazer a triagem do que é importante, do que não é. faço caretas ao lixo do dia-a-dia, e sorrio ao que me alegra, e me veste a alma e saúda o coração. os outros não passam disso mesmo - outros. escrevo o sentido de mim mesma. hoje e todos os dias.

sexta-feira, junho 13, 2014

brinde final

presa por um fio de alma,
deixo cair a vida em trapézio.
em sabrinas de bailarina, os pés crescem em escada,
tocam o céu, almejam o céu.
sou iôiô.
acima e abaixo, sempre à espera de ser empurrada para o centro,
para o brinde final.

quarta-feira, junho 11, 2014

estórias de metro a metro - do hamburger

entre um hamburger no meio de duas fatias de pão, borratado de mostarda ou ketchup, ou uma bola de berlim, eu prefiro - sem sombra de dúvida - uma bola de berlim. primeiro porque tem um cheiro, vá lá, fofinho, e depois, o risco é menor de proporcionar nódoas para a prosperidade. se viajamos numa carruagem do metro tripeiro apinhada de gente, e vamos com o nariz quase colado à marmita do vizinho, a tragédia é inevitável. Foi a isto que assisti - um hamburger a saltar para o abismo do decote da senhora nos 50 anos. A senhora agitada pela viagem, segura pelo rabo, com as mãos atrapalhadas em sacas, ficou abananada com o pedaço de carne na sua carne. O jovem, relutante, desculpava-se, entre o remorso de ter perdido um hamburger e a hesitação de lhe chegar um guardanapo. Limpar as nódoas no epicentro de um decote? Apetecível, mas incorrecto. Sacas para um lado, a mulher safa-se como pode, e o jovem amassa tudo para o lixo. Hamburger no metro? Não, obrigada. Fica para a próxima paragem.