um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

terça-feira, dezembro 31, 2013

13 vs. 14

quero terminar o ano 13 com o que mais gosto de fazer - escrever. espero começar o 14 com o que de melhor sei fazer - escrever. sempre gostei do número 13 {número de sorte, sobretudo espiritual], mas não gostei deste 13. foi um 13 que me desiludiu. com solavancos, e momentos com o trânsito pára-arranca. um novo ano é sempre um amanhã e tudo o que isto significa: limpar pó, lágrimas, arrumar, despachar o que não interessa, uma nova oportunidade a espreitar pelo buraco da fechadura. nós a puxar a maçaneta da porta e deixar entrar a esperança - a fé - desafios - objectivos. por esta ordem. prestar-lhes a cortesia da casa. servir-lhes o melhor de nós. então, chega, mais uma ano, mais um amanhã para nos iludirmos [ou talvez não]. mais a idade avança, menos força na crença, mais tentativa de força na crença. todos os anos elaboro uma lista. do que quero e desejo. percebo no final de cada ano que o que concretizo é mais do que depende apenas de mim do que o que não está totalmente no meu controlo. conclusão: gosto muito de mim. vou apostar mais em mim.

sábado, dezembro 14, 2013

estórias de metro a metro - manjar ou não manjar

ela, mãe, espetou o teste de inglês da filha na cara do pai. a filha encolhia-se até onde podia no banco ao lado da mãe. as palavras da mãe eram confetis no ar. 'ela não manja nada de inglês. se se admite, satisfaz'. a filha de 12 anos num corpo de 14, sorria-se cada vez mais fundo no banco. todos na carruagem ficámos a saber que o inglês não é o forte da garota. o pai fungava risos no lenço que levava ao nariz cada vez que falava. 'manjas tu, querem 'ber'. 'eu na idade dela manjava'. a garota intrometia um 'mas'. mas os pais empurravam lá para dentro do corpo de 14 o 'mas'. e a garota continuava a tentar projetar cá para fora 'mas'. e os pais não manjavam que a filha queria talvez vincar alguma ideia naquele satisfaz de inglês. 'mas', venceu, por fim, a garota, 'tirei excelente a físico-química'. quis-me parecer que toda a carrugem a quis felicitar, aplaudir, festejar o excelente. porque, há uma leve certeza em mim que são poucos os que 'manjam' de símbolos químicos.