um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

sábado, maio 26, 2007

"Como se faz um bebé"

é o título de um programa na RTP2 que vai passar na próxima quarta às 23.30...público-alvo: as crianças!

O título parece-me bem para crianças, mas a hora!?? [pode ser a grande oportunidade para explicar ao mano]

a piada

O funcionário da DREN foi suspenso pela «piada» que disse sobre o nosso primeiro...

minha gente, cuidado com os ajuntamentos...

terça-feira, maio 22, 2007

e ao anoitecer

E ao anoitecer adquires nome de ilha ou de vulcão deixas viver sobre a pele uma criança de lume e na fria lava da noite ensinas ao corpo a paciência o amor o abandono das palavras o silêncio e a difícil arte da melancolia

Al Berto

[e ao anoitecer esfrio-me com os sonhos que batem a calçada da mente, que arruínam o presente, que despertam revoluções]

sexta-feira, maio 18, 2007

meme

- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor... tenho a impressão que estou preso a ela...
- É bem possível - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na Terra...

[O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry]

"Um meme é um «gene cultural» que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou aos teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma."

Desafio:
- primeiro-esquerdo
- a minha varanda
- crocodilo
- dilúculo
- jornada

sexta-feira, maio 11, 2007

Sim.
Porque os planetas giram e não páram.

quarta-feira, maio 09, 2007

Depois de um dia de trabalho resta afundar no sofá...e as questões familiares. Ou a questão familiar. E essa tem nome - o mano.

Mana estendida no sofá pronta para as sua séries favoritas. Mano aproxima-se. Mana desconfia (o que será desta vez).

- Mana, como nascem as orelhas, cabelo, olhos, mãos, cara, tudo, tudo...

[ok...ele tem 5 anos...ele não vai fazer a pergunta. Mana decide ignorar mano]

- Mana como nascem os meninos, eu e tu?

[fixe..o mano tem 5 anos e fez a pergunta, e eu tinha-me comprometido a mim mesma contar a verdade quando o mano decide-se perguntar...mas tãaaooo cedo]

- oh çalinho, amanhã a mana responde, agora está a dar a série preferida da mana...

[o problema ficou assim adiado...se alguém tiver sugestões de histórias de como contar, partilhem, a gerência agradecia...]

Maddie missing...

Não é altura para se falar em falta de responsabilidade. Talvez nem seja o caso. Pais portugueses são, invariavelmente, diferentes de pais ingleses, ou outros nórdicos - basta rumar a Norte de Portugal e o figurino muda de contornos. E coisas diferentes não se comparam. Do mesmo modo, a actuação da polícia britânica, em casos semelhantes, em Inglaterra, que sacia os jornalistas com todo o tipo de informações, não pode ser comparada com a da portuguesa. E os ingleses têm que meter isto na cabeça. Lá é diferente de cá. Se há o verso, há, consequentemente, o inverso. Podem resmungar contra, tudo bem! Agora:

Resmungar que a (pouca) informação é libertada em português, isso é outra coisa. Apetece soltar um «duuuhhh»...se fosse ao contrário, pergunto eu - jornalistas portugueses na Great Britain, a autoridade inglesa iria traduzir!?
A resposta é transparente como a água.

quarta-feira, maio 02, 2007

O problema do lado é também um problema meu. Por isso, acredito, como se fosse problema meu, na sua (rápida) resolução.

terça-feira, maio 01, 2007

Cântico Negro, de José Régio

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços, E nunca vou por ali...
A minha glória é esta: Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí... Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil! Eu amo o Longe e a Miragem, Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Ide! Tendes estradas, Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tectos, E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura ! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!

[estou feliz. muito feliz.]