um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

terça-feira, dezembro 30, 2003

2004

Limpar o pó. As mãos com o peso do pano do pó. Devagar vou-o passando pela mesa, pelo candeeiro, pela cadeira, pelo computador, pelas caixas, pelos meus dias, pelos números que preenchem o relógio. O pó desaparece e o brilho começa a sorrir. Depois de hoje, novo pó irá nascer. É preciso espaço!
Bom Ano Novo...

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Na dúvida, há um ponto final.
Bernardo Soares

domingo, dezembro 28, 2003

Do Senhor dos Anéis ficou...

A esperança é para loucos.

e também...

A coragem é a melhor defesa.

sábado, dezembro 27, 2003

Já li o teu blog. Nem parece teu. São muitas bocas a dizer o mesmo!

??!!!?? Mas o que é que eu tenho que o blog não tem?? Ou, o que é que o blog tem que eu não tenho??
Garanto que tem os meus genes!!
Só o amor me faz correr
Só o amor me faz ficar
Só o amor me faz perder
Só o amor me faz querer

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Ti

Então escolheste hoje o dia para me puxares as orelhas, apertares-me a cara com as duas mãos. Safado! Olho o relógio: meia-noite e três. Três. O meu número preferido. Até nisso assinaste o momento. É verdade escrevo-te, como sempre escrevi. Descobri-te na voz da mãe a dizer: "Sacode tudo isso, vai tomar banho e deixa escorrer". E eu, ainda ouvi dentro de mim: "Sua palerma, sempre a vencer e sempre a franzir a sobrancelha". Cheguei a pensar que o que ia compor hoje seria: Apetecia trincar-te de raiva mesmo sabendo que não existes. Mas, existes e agora? Lá ando eu mascarada de balança, com dois mundos pendurados a pesar equilíbrio. Afinal, não me cortaram o cordão umbilical!

quarta-feira, dezembro 24, 2003

Porque é Natal...

O sol, como aquecedor na véspera a dar indícios de um Natal quentinho ao lado dos que mais gostamos, a recordar o que mais amamos!Palavras para quê...é Natal...muita Paz e Amor! A todos um feliz Natal!

terça-feira, dezembro 23, 2003

Duas mãos. Dois mundos diferentes em cada uma.

domingo, dezembro 21, 2003

Que bom ter a casa cheia, ter uma única morada. Viver um dia como se fosse uma vida, só em casa, porque está tudo aqui, colado nos meus braços. Hoje tive dez anos, juntamente com o resto das crianças que me acompanharam nesta tarde. Por instantes tive o mundo preso nas mãos!

sábado, dezembro 20, 2003

A noite de anteontem, apesar do pouco, porque o essencial estava lá, também foi muito fixe!

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Again

Esvaziar. Estes meses têm sido etéreos, mas, ao mesmo tempo, fugazes, a escapar pelo ar. As mãos têm tudos e nadas. Os tudos suspendem-se, fixam-se num ponto final, num círculo. Os nadas aproximam-se, vão deixando aroma, um suave paladar. Encher.

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Já me sinto a voar e a saudade entre as mãos!

sexta-feira, dezembro 12, 2003

Hoje...

...vi-me fossilizada no meu caderninho. Estamos todos!
Do you belive in God?
Normaly.


Melhor do que esta resposta, no mínimo única, foi a frase que se seguiu...

...but he or she ('cause I don't know if is a she or an he) helps me a lot...

terça-feira, dezembro 09, 2003

Sabes, há rios de felicidade na minha face. Hoje vim só para estar contigo.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Nada de semibreves, nem breves, nem trenários. Construir o mundo numa pauta de clave de sol com colcheias, semicolcheias, fusas, muitas fusas. Para que os tempos sejam rápidos e velozes. Ao ritmo do som e do vento. Por vezes, desligo a tomada dos meus sentidos.

sábado, dezembro 06, 2003

Uma vez...

...o meu encenador e amigo, Fernando Silva do grupo de teatro Renascer (de Rio Tinto), disse-me, já nem me lembro a propósito de quê, que as pessoas têm pavor à  mudança. Eu acenei afirmativamente! O Fernando, ainda continuou com uma estatística da Texas, uma empresa que já faliu. Os números traduziam que se as pessoas pudessem estar sempre iguais era ouro sobre azul. Ora, é justamente mudança que todos reivindicam, lutam contra o seu quotidiano. As paredes do corpo estremecem só em ouvir falar de mudança, ganha-se tumores!!Mas a verdade é que ao mudarmos, criamos, faz-se a revolução que se inicia cá dentro, como escreve o escritor. Por isso ele também atende, seja como a fonte que transborda e não como o tanque que contém sempre a mesma água. É assim que vejo o ser, o ser que vive comigo. Grito e luto por uma "paz inquieta", por algo mais a seguir ao algo!
Hoje quando vi o arco-íris a penetrar na minha janela e a apanhar-me de surpresa precisei de mudar mais uma coisa que pensava que ia mudar mais tarde - o planeta b612. Seja como for, é assim que chegam os momentos certos, sem tocar à  campanhia. E, assim, mudei. Porque é bom mudar, remar como queremos e sorrir com as surpresas em que tropeçamos. E imaginei: "Pelo menos tem aspecto dos embondeiros do principezinho". E lá estava ele a dizer por detrás das palavras da mãe (sempre a apoiar): "Nunca se sabe". Uma resposta para tudo.

Um reflexo...

De cachecol como uma serpente no percoço, de luvas enfiadas, o casaco todo aproveitado, colado ao corpo pela força do vento, entro no autocarro para mais uma jornada do meu dia (ou da minha vida). Sento-me ao lado de uma senhora, avozinha, de cabelos brancos e um olhar longínquo. Também eu me perco na longevidade do meu olhar. Quando reparo, estamos as duas exactamente iguais. A mesma direcção de olhar, as mesmas mãos pousadas uma sobre a outra, fincadas nas pernas que se apertam. Já reflexos de cabelos brancos...???....

terça-feira, dezembro 02, 2003

Uma voz só para mim...

Erámos muitos à espera dos tais relatos, de estórias, emoções, sinais, crenças, o sentido de cada um. Todos nós de olhos esbugalhados, penetrantes no ser que nos conseguiu apertar a respiração. Mas, aquela mulher de lenço amarelo, sobre as costas falou só para mim. Tenho a certeza, como a certeza que está nos meus seis sentidos. Estava ela de lágrima armada no olho a falar da peregrinação a Santiago. Não lhe faltou uma vírgula no seu discurso!! Partiu sozinha, sem medos e inseguranças, em busca de si e do outro, em busca de algo mais que até cabe na nossa carteira mais pequena - partiu consigo.
Foi, por ventura dos sinais mais claros da vida, com uma transparência tão pura, que eu até lhe toquei. Por isso, fiquei grávida, de sonhos, do meu sentido, dos meus ideais, de tudo o quanto nasceu comigo ontem. Faz-se o caminho, andando!!

P_________

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Dia Mundial Contra a Sida

Sou seropositivo e percebo uma coisa que poucos percebem - o amor! Pena é o medo do abraço que quero dar e recusam, o abraço que ficou por dar!

sábado, novembro 29, 2003

Matar o sonho II

O sonho repete-se constantemente. Já é crónico! Como enganar o sonho, como desviá-lo, abafá-lo na escuridão infinita? Acordo com as palavras já gravadas na forma dos lábios: Foi só um sonho. Mas, nunca é só um sonho. A noite prolonga-se pelo dia.

sexta-feira, novembro 28, 2003

O princípio e o fim de FP

"Não estou cansada..."
...de adormecer e acordar, de sair de casa e voltar, de andar, de correr, de sonhar, de passear, de trabalhar, de escrever, de comer e beber, de pestanejar, de beijar e abraçar, de sorrir, de ouvir, de falar, de aturar, de ver, de ir ao cinema e ao teatro, de telefonar, de explicar, de ter paciência, de cuidar, de ter ideias, de iluminar, de dar explicações, de acreditar, de pedir, de dar e receber, de dormir, de sonhar acordada, de me chatear, de chorar, de magoar e ser magoada, de andar de guarda-chuva na mão, de dar a mão, de dizer bom-dia e boa-noite...
"Pronto, estou cansada!..."

quinta-feira, novembro 27, 2003

Matar o sonho

Alguém me faculta o contacto do sindicato dos sonhos? Há manhãs em que acordo com sede de sangue, com vontade de matar o sonho e cortar com aquelas imagens que arrancam suores durante a noite. Palavras, seres, cores, sons...atormentam aquele segundo de consciência quando acordo. Afinal, o que são os sonhos, como interpretá-los? Aquela tela pintada, aquela peça de teatro a que assisto sem poder tocar ou mudar o cenário...argh!!...
Tenho as mãos suadas de empurrar os sonhos para longe e remar para a realidade...

domingo, novembro 23, 2003

Sabem como se arranja um «take» da Lusa? Acertam-se as linhas, conjungam-se os verbos, cortam-se palavras, por causa do espaço, vêem-se os complementos de tempo. Enfim, faz-se obras ao texto. Agora, finjo ser eu um texto e faço, exactamente o mesmo comigo: lavo a alma, acerto o coração, corto os "embondeiros"!!
Time is never time at all...
Anda por ai alguém a tentar passar despercebido!

sábado, novembro 22, 2003

O meu irmão já dá beijinhos como um peixinho!! Gosto de sentir a inocência nas tuas mãos!!

sexta-feira, novembro 21, 2003

"Contra Legem"
No dia não são só raios de sol ou pingos de chuva que entram pelas janelas da alma, também imagens, estórias tuas e nossas tocam o chão do meu ser. A mente confia-te os minutos que os pulmões respiram, o sangue que o coração bombeia. Curtas-metragens. Hoje foi mais um dia que passou. E vida é este espaço vazio e instante demente.

domingo, novembro 16, 2003

Ás vezes acho que me enganei no mundo. O melhor é procurar a serpente!!
Tenho um anjo suspenso no tecto do meu quarto. É engraçado como ele se desloca quando eu me desloco. Joana para a direita, anjo para a direita, Joana para a esquerda, anjo para a esquerda. Quando me deito ele vira-se de frente para mim, quando acordo ele volta as asas para mim. What means this?
2=1
Outra razão me trouxe ao posting do blog. Ao espaço em branco. Mas, mesmo antes de clicar sobre o posting, cliquei no link nós. Inevitável! Já a Sara teve a mesma pulsão que agora a sinto e escreveu sobre o Teu e a Tua. Dois nomes que redundam num nós. Porque o mundo tem sempre um nós que nos procura, que transforma um Teu e uma Tua num Eu, que longe ou ao perto ama-se porque se ama. Como me recordas-te Tua e como já havia feito a a_dee, amo como ama o amor. Não conheço outra razão de amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? (FP).

Como diria o Benjamim...obrigado, obrigado...pelo bom momento que um nós proporciona.

sexta-feira, novembro 14, 2003

As vidas estão guardadas em caixas. A minha está repartida por várias caixas. Hoje abri uma caixa pequenina a germinar estórias. Respirei o passado e toquei-lhe. Atravessei páginas e folhas soltas, fotografias pelo meio, folhas de árvores diminutas no tamanho. Perdi-me pelo tempo. Descobri tantos olhares pelo azul e preto da caneta. Descobri seres, coscuvilhei a alma, vi rosas murchas, sorrisos, chuva a cair e o sol a nascer. Vi um mundo em construção! Descobri, também uma carta, uma carta, cujo destinatário é Deus...entre papel de rebuçado, para lembrar o que advinhava esquecido, lá estava ela a perguntar o que encontro, agora nesta pele que me calhou, nestes olhos que me denunciam...

...perdida nos braços do mundo
navegando nas ondas frias do mar, escondo-me da vida e de mim
protego-me no algodão de seda que me cobre a pele e o olhar revelador
que poisa na superfície da terra, como uma fada no ramo de uma árvore...
Oh! Não há estrelas. No meu dia não há estrelas...a quem pedir desejos...elevo a voz interior vinda do espírito, desabrocho a alma e todas as estrelas que vivem acima do nevoeiro que nos atomiza, sublimam-se...dizer amar o universo, mas só aquele para lá do nevoeiro...espero que ainda não me tenha entranhado e que a minha alma seja tão límpida, quanto sublime para atravessar o nevoeiro e fazer com que as estrelas me ouçam no meu dia...e será que algum dia foi nosso?... (a 10 de Fevereiro de 2003).

quinta-feira, novembro 13, 2003

Os pingos de sangue escorrem pela face, pelo corpo, pela alma. Um sangue preto que, por entre portas mal fechadas consegue espreitar a transparência. Fechar o trinco da porta de um dia. Abrir a persiana de um novo dia.
A tua leveza pesa-me.

sábado, novembro 08, 2003

O sol nasce para todos!
Le Petit Prince
O meu grande e puro amigo Rósb612 recordou-me como é um dia com o principezinho. E, então é assim:
O principezinho vive no seu planeta, b612, onde arranca as ervas daninhas para não crescerem os embondeiros, limpa os seus vulcões, porque "nunca se sabe", podem entrar em erupção, protege a sua rosa do vento, porque ela é muito vaidosa e, no final do dia, o principezinho contempla o pôr do sol. Houve um dia que ele viu 43 pores do sol. Será que estava assim tão triste?

domingo, novembro 02, 2003

Cuspo o negro que te cobre. Essa fragilidade já mete nojo, mais parece uma teia de aranha! Cortaram-te o cordão umbilical para caminhares e correres, não para adormeceres como uma falsa Bela Adormecida. Idiota! Calca as pedras com os ensinamentos que o mestre te deu e não te rendas ao medo. Quero lá saber se me odeias ou não, se o mundo te embacia os olhos ou te atormenta as estórias que escondes debaixo das pálpebras. Frende-me essa tua displicência.

sábado, novembro 01, 2003

O dia acordou com sol e adormeceu num frio cortante! Mas aquelas castanhinhas da mãe estavam uma delícia...querida mãe que me fazes sorrir à vida. Gravo tudo e todas as palavras no meu lado esquerdo!!
Olha eu a voar...

sexta-feira, outubro 31, 2003

Hoje queria vestir uma camisola que não vestia há muito tempo. Procurei, procurei. Em vão. A camisola sumiu. De certo ou dei ou está no sotão.
Coisas há, que desaparecem ou já não fazem parte de nós e nem nos apercebemos!
Q.
Entre os pingos da chuva e a banda sonora que se ouve do céu escrevo-te estas prometidas palavras. Um destes dias o dia nasceu com sol e adormeceu com chuva, exactamente como a minha febre. Ás vezes nem dou por ela, outras vezes ela faz questão de me calcar. Naquelas quatro paredes, despojadas de vida, à espera de uma nova estória para inscrever no espaço, esvaziei o copo. Mediste-me a febre e eu fechei a torneira ao ritmo das tuas mãos macias me passarem pelos fios de cabelo.
Não, não se resolve tudo dentro de quatro paredes. As quatro paredes alargaram-se. As minhas quatro paredes é o ar que me envolve e me faz vaguear pelas ruas da vida, pelo tempo que aquela Mão que vimos juntas me concede. Já não gasto tantos lenços de papel, equilibrei os calores da gripe, já não bebo tanto chá. A febre deu tréguas. Portanto, corro pelos dias encharcada de força, com intervalos cambaleantes e momentos de saudade por aquilo que está para vir. Só se vê bem com o coração e tu viste!

segunda-feira, outubro 27, 2003

Houve uma noite fria que me acolheu e chutou para um banco solitário entre as árvores de um jardim. Nessa noite eu ouvi "Adeus ó Braga".

domingo, outubro 26, 2003

M. II
Os ponteiros rodaram para trás, mas o mundo continuou.

sexta-feira, outubro 24, 2003

Deixas em mim tanto de ti.

quinta-feira, outubro 23, 2003

Hoje o Rós e a Sigur disseram depois de pensar: "Não conseguimos acompanhar o mundo". E, depois correram para tentar acompanhar o mundo e o tempo. E depois do depois (pensado pelos dois) pestanejaram e abriram cortinas de vidro, daquelas embaciadas pela alucinações dos ritmos dos outros planetas, mais rápidos. O Sí­lvio acabou de vencer o jogo de xadrez. Um dia, disseram-me que o mundo é um jogo de xadrez. Talvez porque a rainha tinha o teu nome estampado na coroa... talvez porque existem torres e cavalos, peças brancas e pretas que fazem parte do universo azul... tabuleiro verde ou de água? De água porque os nossos corpos flutuam num espaçoo indefinido! Na definção de "não conseguir acompanhá-lo" ou nas ilusórias chamas do tentar? Sim, o "tentar" torna-se um deserto quando a areia passa a imaginários fios de água e aqui "não conseguimos acompanhá-lo", no entanto, todos os desertos têm um poço... algures... onde a sede de palavras soa indesejada. E, no entanto, essas palavras são nossas. Serpentes que se evadem do mundo na ingratidão do rastejar. O mundo está repleto tanto de serpentes como de anjos. Será que existem anjos a rastejar e serpentes com asas?
e a resposta acanha-se atrás de duas palavras: - porque não? Enquanto houver flores que os escrevam, porque não? O pano vermelho que cobre o mundo cai. Finda a peça de teatro: as suas vidraças reflectem o que não conseguimos acompanhar no mundo.

B612
Todos nós vendemos o tempo. Vendemos o tempo quando estudamos e não queremos, quando vamos para as aulas e queríamos passear, vendemos o tempo quando o "lado esquerdo" quer dizer não e, por convencionalidades dizemos sim. Enfim, somos fantoches do tempo e por muito esforço que façamos não conseguimos mandar nos ponteiros que, confortavelmente abusam de nós.
Longe, lá de longe, onde a beleza do mundo se esconde,
mande para ontem, uma voz que se expande e suspende este instante...

Tribalistas

domingo, outubro 19, 2003

"Ao livro da tua vida. Ao livro que é o teu blog, que é lindo...as folhas que criamos e inventamos. Aos livros que nos abraçam."
Recebi um livro com folhas brancas, prontas a abrir as hospitalidades de estórias vividas, de imagens conceptualizadas. Sim, vou dar ao livro "cor, sorrisos, pós mágicos e lágrimas felizes e, sobretudo vida". Enfim, vou-lhes tirar a virgindade, a pureza do branco para manchar de tinta preta essas páginas cândidas.

sexta-feira, outubro 17, 2003

"os serões habituais e as noites sempre iguais"...
O Cappuccino que é, com quem diz, os meus amigos de Rio Tinto (desculpem o rótulo) fizeram um blog, um a juntar aos 2100 que já existem (por esta altura já deve chegar "aos cento e picos"). A Joana ficou com a boca aberta a admirar o horizonte que se avivou. No dicionário português, "Grupo" significa "formando um todo;reunião de pessoas" ou "conjunto de objectos no mesmo lance de olhos". Pois, então que sejamos um conjunto de Amigos no mesmo lance de olhos. No dicionário da Joana isto traduz-se pelo respeito na respirão de cada um, pelos gostos e personalidade de cada um. Obrigada pela miscelânea de letras, imagens e cores que podemos criar!
Com amizade me despeço,
depressivos-expressivos
Benjamins
Uma linda menina ofereceu-me um lindo CD com a estória do Benjamim. O Benjamim é um menino com uma ingenuidade admirável, uma inocência própria. Todos deviamos ser Benjamins!! Eu tenho um Benjamim com o mar na face, uma esperteza arrepiante e uma ternura magnetica que é o meu irmão de dois anos. O Benjamim diz "só mais um bocadinho" quando quer acordar de manhã. Quem me dera dizer de manhã "só mais um bocadinho" para continuar a "sonhar que estou a pilotar o avião"..."oh só mais um bocadinho"... e receber aplausos quando sair da cama e fazer "um xixi que nunca mais acaba". E ter um "cabelo que parece uma vassoura". Que alegria que era. O mundo acordava e dizia, só mais um bocadinho e continuava a dormir e depois, quando lhe apetecesse tomava os cereais e lavava os dentes e punha a mochila às costas e prosseguia dia adiante. Que giro que era! Podiamos abrir inscrições para criar um país Benjamim...

sábado, outubro 11, 2003

Ao verme que primeiro
roer as frias carnes
do meu cadáver
dedico como saudosa
lembrança estas memórias
póstumas.

Machado de Assis

quarta-feira, outubro 08, 2003

Por acaso não há acasos
O mundo parece um estádio de futebol a fazer a onda. Tudo está certo, sem estar programado.
O mundo deu-se por alguma razão e as coisas acontecem por alguma razão.
Por isso, Milan Kundera imprime que os pássaros dos acasos voam pelos nossos ombros. Trazem, portanto, "uma mensagem". E quem disser que há coincidências, mente. Quando nos atrasamos para uma aula, quando nos enganamos na rua, quando repentinamente começam a soar ecos de radiohead a perguntar "where are you now" e uma miúda italiana se senta ao meu lado, enquanto escrevo o texto, quando o vento sopra sul, quando a casa das sandes trespassa-se e vamos almoçar a outro lado e nesse lado acontece algo. Porque o acaso assim o quis, porque a vida assim o desejou, porque algo acontece por alguma razão. Maktub.

terça-feira, outubro 07, 2003

M.
Quando a vida está um caos e a sua imagem é desorganizada, como arte não-realista e transfigurativa, só nos resta mergulhar a fundo nos afazeres e abrir uma brecha para uma corrente de ar, apenas para arejar.

segunda-feira, outubro 06, 2003

A arte é o meio para chegar ao êxtase. É mais ou menos isto que Dennis Nuismann escreveu. Finalmente, História e Semiótica das Artes Visuais. Agora percebo quando muitos me diziam que a Semiótica tem algo bom!

domingo, outubro 05, 2003

Nada por tudo
O mestre rebelde pensou, eficazmente o nada. "Trabalhamos alguns anos para que depois não seja preciso fazer nada". E, depois "quando formos carcaças vamos passar anos a fio sem fazer nada". Em suma, o nada é o nosso tecto. As nossas respostas tendem para o nada: O que é que tens? Nada.
Mas, como em tudo na vida há um "mas". Um "mas" que faz sempre a diferença, um "mas" que consegue estar acima do nada, um "mas" que nos põe a mexer.
Quando Miguel Torga diz que a "vida é feita de nadas", a pebide da frase está, justamente no tudo que ocupa a vida, mas que nós desmesuradamente desperdiçamos. Aqui o nada é tudo! Portanto, a vida é feita de tudos que nós esquecemos no fundo da alma e que passam a nadas, porque passou o prazo de validade. Se queremos criar raízes temos de dar o tudo, se queremos caminhar pela vida e as suas estradas íngremes temos de dar o tudo, pois se cairmos no vazio do nada, perde-se a essência da luta e o paraquedas que nos segura! Finalmente, se moramos nas teias do nada, que para muitos é o caminho mais fácil, perdemos a tarefa mais difícil e mais charmosa da vida que é construir.

sábado, outubro 04, 2003

A Cruz de Martins e de todos nós...
Desde as 20 horas de quinta-feira não se fala de outra coisa. O sobrenome Martins da Cruz tem sido a salvação para a comunicação social. Pergunto-me se não fosse este caso de que matérias a imprensa se debruçava. Talvez a D. Maria tivesse mais espaço no jornal da TVI, os Ídolos na SIC ou a Operação Triunfo na RTP. É um facto que foi cometida uma ilegalidade, que o ministro se demitiu. É um facto que os órgãos de comunicação enquanto serviço público fizeram o seu papel: denunciaram. Contudo, o que é demais é erro e a quantidade repetida de informação que atravessa os ecrans de televisão, as páginas dos jornais e as colunas das rádios começa, inevitavelmente a cansar. É bom que os portugueses tenham uma boía em casa para se apoiarem porque o país está um verdadeiro caos, por todo o lado se respira o caos e vergonha. O presidente da República pode não ter comentado o assunto de modo directo (talvez tenha uma pedrita no sapato), no entanto numa coisa Jorge Sampaio tem razão, estes casos todos são uma sombra negra para o país.
Dizem que fazia amor com qualquer um e que se drogava
Dizem que foi vista a ver o mar, com outra mulher
Dizem que foi encontrada morta, com os pulsos cortados.

J.P.

quarta-feira, outubro 01, 2003

Ou não...
Os seres vivos habituaram-se ao "ou não". Em todo o lado escuta-se um "ou não". Os "ou não cruzam-se connosco como o vento cruza com os fios de cabelo. É verdade, a vida é feita de "ou não". Cada caso é um caso e, por isso não existe uma verdade absoluta, irrefutável. Vivemos com o "ou não", pagamos a renda de casa com ele, dorminos com ele, comemos com ele, estudamos e descansamos com ele. Dirigimos o mastro do mundo nesta direcção. Será assim...ou não...

Mas como a vida tem sempre um lado mais brilhante houve alguém que me mostrou o

Ou sim...
"Quanto a mim, que pouco de mim sou (ou sim), a irrefutabilidade do amor é um "ou sim" dos grandes. Daqueles em letras maiúsculas com um chapeuzinho nos pontos. Não há outra direcção senão amor, por menos de mim que seja...é a única razão que me faz querer ler-te no escrever...
Será assim...ou sim...
E amor-ou-sim!"
Sílvio Mendes...o Rós...também b612!

segunda-feira, setembro 29, 2003

Uma resposta com letras no meio...nem sempre falar é a melhor opção...
Dezanove horas. Depois de um longo dia sem fazer nada, apenas ouvir música, passear pelos blogs, caminhar pela casa e apreciar esta rotina que poucas vezes vivo, lembrei-me que na minha casa existe uma caixa de correio, que durante todo o dia tinha ficado esquecida. Tive pena dela. Ninguém gosta de ser esquecido! Levei a chavinha pequena à fechadura, espreitei a caixinha pequena e surpreendi-me com o pequeno envelope. Adivinhei que a carta era tua, adivinhei, também as palavras e as folhas e pensei: "Como é que uma carta tão grande cabe nesta caixinha e neste envelope". Entrei na cozinha, sentei-me confortavelmente na cadeira, desliguei a televisão, enfim, preparei o momento.
Li as cinco folhas que, incansavelmente me escreveste, senti o peso da caneta nas folhas, ouvi o barulho que ela fazia, imaginei as vezes que paraste para descansar o dedo. Li a carta toda, seguida, sem um stop, sem um rewind. Li em voz alta e a casa, a cozinha, os quadros, os objectos conheceram toda a história. A minha alma gravou tudo, apanhou cada letra e vírgula, cada ponto e acento.
Amei a história como se fosse minha e esse sonho que partilhamos juntas, foi desse modo como me contaste que sempre o desenhei, o senti, o idealizei. Percebo-te como te peço que me percebas a mim se te parecer estranha. A alma é a mesma, a vida é que nos leva a respirar de modo diferente algumas vezes. Amei a carta como amo os meus desafios. Detestei o "agora estou perfeitamente normal". Isso não, por favor.

sábado, setembro 27, 2003

Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu o passáro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo amis rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajavam pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: “Vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais.”
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.
Todos os diasele olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão.
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e experimentar o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio. E a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção à maneira como o alimentava e como tratava da sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou, profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.
Se ela se observasse a si mesma, descobria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, a sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater à sua porta. “ Por que vieste”, perguntou à morte.
“Para que possas voar de novo com ele nos céus”, respondeu a morte. “Se o tivesses deixado partir e voltar sempre, amá-lo-ias e admirá-lo-ias ainda mais; porém, agora precisas de mim para poderes encontrá-lo de novo”.
Onze Minutos

quinta-feira, setembro 25, 2003

Entre a minha casa e a casa da minha avó há um caminho, pelo qual tenho de passar. Um caminho que às vezes desejo que nunca acabe, assim como todas as coisas boas que a vida tem. É um caminho, onde só existe a estrada, os campos, o sol e eu. Faz-me sentir viva. Consigo ouvir-me respirar!

domingo, setembro 21, 2003

Porque se discute o papel dos blogs...
Qual o papel de um blog, de um post, de se publicar um livro, de escrever um texto, de rascunhar cadernos, de desenhar letras e pintar palavras, de riscar paredes, de cavar a areia, de mexer na água, de fazer contas no guardanapo, de vomitar sentimentos, de passá-los para o mundo?
Uns dizem que não nos conhecemos através dos blogs, outros refutam que sim. Outros, ainda questionam porque o fazemos, outros temem que o privado se confunda com o geral. Afinal, qual o papel de tudo isto? É o papel que quisermos dar. Lembro as palavras de Rita Ferro quando diz que através da escrita nos conhecemos melhor e ao mundo. Creio nestas palavras como quem crê em tudo quanto existe debaixo do sol.
E aproveito para fazer um PS para todos os meus posts. Quando escrevo sinto-me escritora e, como tal imagino-me e imagino um universo de mundos que podem fazer parte de mim ou não. Estórias imaginadas ou não, deste planeta ou de outro, são estórias vindas de um círculo, a minha alma, o coração, a mente, as minhas mãos, o meu piano sem notas mas com letras, o leitor e a alma dele. Estes ingredientes e outros, segredo da casa, é tudo quanto preciso para sorrir e fazer sorrir, chorar e fazer chorar. E isto pode ser num blog, num livro, num caderno, nas paredes, na areia ou nos guardanapos.

sexta-feira, setembro 19, 2003

A vida assume diversos ângulos
Ora, grandes
Ora, pequenos
O que mede os ângulos?
Destino
O destino é colorido
Azul
Laranja
Rosa
Castanho
Cinzento
Preto
Branco
Com um pincel, um guache
Escolhemos a nossa cor
E desenhamos os ângulos
Da nossa estrada
A nossa Vida
O desencanto raspa entre os fios de cabelo e a pele fina e rosada do verso dos pés.
Sinto-me uma inculta no nosso País. Não sei o que se passa no Big Brother.

quarta-feira, setembro 17, 2003

É irresistível...
O silêncio é o que de mais quente tenho de ti
Sara Oliveira
Sabem o que é pior do que uma forte dor de cabeça e a ressaca do dia anterior? É mesmo a dor de cabeça e a ressaca do dia anterior!!
Os olhares atentos das pessoas que se fazem transportar nos autocarros é crónico. É incrível como aquelas multidões perpassam as vidas uns dos outros com os olhos. Sentamo-nos à frente uns dos outros e sentimos a respiração uns dos outros e vemo-nos a pensar. Como é a vida daquele que se senta de perna cruzada ou daquela que prefere ir de pé ao invés de se sentar naquele banco vazio mesmo ao seu lado. Cusquice ou não isto são os dias de todos nós!

terça-feira, setembro 16, 2003

Todos deviamos ter um blog para conhecermos a nós próprios.
Manel Valente

sábado, setembro 13, 2003

Sou estranha. Qual é a graça de ser normal? Tenho uma criança em mim. Qual é a graça de ser adulto? E acima de tudo, por que é que não posso exclamar salpicos de céu e pedaços de mar, ao invés de salpicos de mar e pedaços de céu!
Algo que só os estranhos e as crianças (que são os mais felizes do mundo e o fazem melhor) compreendem. E esta, hein!!!
Esta noite vi a lua com raios de sol. Alguém viu, ou foi dos meus olhos?

sexta-feira, setembro 12, 2003

Depois de ler o post Do Lado de Cá de hoje, também fiquei curiosa quanto à  categoria que o Planeta B612 patenteia no inventário dos blogues portugueses levado a cabo pelo Blogo Esfera. Lá estava ele no número 24 da categoria "Atlas da Blogosfera", onde está escrito ...Universos, Planetas,...Lugares e mais lugares...
Enfim, uma categoria que se adapta, quanto mais não seja, somente pelo nome!!

terça-feira, setembro 09, 2003

Setembro: um recomeço...
Homenagem
Ainda não dediquei suficiente tempo à descrição do planetab612. Por exemplo, ainda não estreitei caminho para links de outros planetas, que já fazem parte deste. Por isso, decidi prestar uma homenagem aqueles blogs que ás vezes visito mais de uma vez num só dia: Atacadores; Fechado para obras; Do Lado de Cá; destination myself; jack'sblog;Evasões de um sonhador... E a lista continua...
Sim, Alexandre o blog é "onde descarrego o que possa sentir ou não".
Sim, Vitor o blog funciona como um "peidinho mental".

sábado, setembro 06, 2003

Hoje fiz uma longa caminhada. Pela estrada fora, pelos passeios incertos e vestidos de areia comecei a reparar nos meus pés. Ora, sempre que ando ao invés de olhar em frente, fixo as pupilas nas sandálias. Apreciei, pela primeira vez o meu andar, as minhas unhas, os meus pés. Não sei porquê o meu consciente levou-me aos antepassados e desenhei mentalmente a minha árvore geneológica. A cada passo imaginava os passos e a longa caminhada dos pais dos pais dos meus avós, dos meus bisavós, dos seus irmãos, primos, tios que depois deram sobrinhos e filhos e netos e irmãos e por ai fora... Até chegar a mim. Ali estava eu a caminhar e a sentir os passos que foram precisos para chegar a mim, aquele passeio, aquela caminhada, aqueles passos...

sexta-feira, setembro 05, 2003

Apetece-me assassinar o tempo, desonrar todos os ponteiros do mundo, imobilizá-los. Mas não sei como.

quinta-feira, setembro 04, 2003

Estava rodeada de amigos num bar onde se recitava poesia. Os versos soltavam-se em bocas impreparadas para declamar. Resolvi, então sentar-me com uma amiga num degrau frente ao bar. Juntas apreciamos a beleza da noite, a lua escondida, um gato a vaguear. Ela fumou um cigarro, eu fumei do fumo dele! A poesia que brindava aquela noite intervalou e gentes saíram para refrescar o corpo inundado de fumos.
Um senhor de cabelos grisalhos, de idade avançada surgiu com um bloco de folhas bêge e lápis escuro. "Posso desenhá-la?", perguntou, acrescentando o seu gosto por sarrabiscar rostos, especialmente femininos! O tom envergonhado da voz que faz parte nestas situações não se escapou e entre os lábios apareceu, instantaneamente um "pode". Pediu para estar quieta, descobriu os meus 19 anos de filha única pela covinha no queixo. Entretanto, a poesia recomeça. "Vamos para dentro", sugere. "Oh, a luz não é a mesma", resmunga. Vira um foco de luz só para mim e nesta altura já está meio bar a admirar a pintura e a ouvir os versos que soltos não se ligam na minha cabeça. Começo a imaginar o que paira na mente daquele ser que descobriu o seu dom. Será que me vou reconhecer, será que tenho a luz, da qual todos os pintores falam. Porque acenam que sim aquelas pessoas. O pintor de rostos femininos engana-se e começa de novo. "Tem um rosto difícil para desenhar". E eu pensei se calhar é da minha estória, será que ele está apanhar a minha estória, as minhas vivências, a minha infância e juventude ou será mesmo pelo momento que estou a passar e o pintor que culpava a luz tinha captado e não sabia. "Para a semana tenho de lhe pintar melhor!", exclamava. Finalmente, o retrato ficou completo. Olhei a cara no papel à minha frente, nele via uma rapariga jovem com olhar terno, sério, com fios de cabelo a cair e uns olhos incompletos na sua plenitude. Não, não era EU que estava ali, mas era EU que estava ali. Não tinha conseguido parar a luz do meu ser, mas conseguiu parar o meu estado de alma! Antes de ir embora, ainda suspirou: "É muito mais bonita que isto".

terça-feira, setembro 02, 2003

Quem quer passar o Bojador tem de passar além da dor
"O sistema está a funcionar"
Eu logo vi que estava tudo a correr demasiadamente bem para estreitar-se um desfecho para o caso "Casa Pia". Na hora H vêm com a treta dos recursos e que se está a fazer cumprir a lei e outras estórias da carochinha. O Júdice diz que o "sistema está a funcionar" e Portugal assim caminha como uma "choldra torpe" para a "bancarrota" como escreveu o nosso Eça de Queiroz.
Os sonhos exigem trabalho. Em cada pingo de suor estão uma vitória e uma derrota. E a luta é como os sonhos "uma constante".

domingo, agosto 31, 2003

A tristeza de um dia desaparece, quando olhamos o céu negro vemos o sorriso da lua apontado para nós, entramos no quarto a pensar "esta vida, por vezes, parece estagnada", olhamos a cama e vemos o carinho em forma de bilhete a dizer:"para a filha mais linda do mundo, adoro-te".

sábado, agosto 30, 2003

"The killer in me is the killer in you"
Smashing Pumpkins

sexta-feira, agosto 29, 2003

Caros amigos, tenho um desabafo a fazer. Vou fazer exame de TAD no dia oito de Setembro. Enfim, uma tarefa inóspita para uma disciplina infrutífera. Ah! Para quem tem a sorte de não saber o que TAD quer dizer, eu digo: Teoria e Análise do Discurso. Ou: Temas de Análise Desinteressantes!!
Uma da manhã. Os meus olhos custam a fechar. O joão-pestana não chega. O meu coração começa a sonhar. Suspiro!Dou uma volta e dou outra volta. Enrolo-me no lençol e sinto frio. Os olhos fecham sem sono. Lá fora, pingos de chuva caem e eu relembro aquela tarde de Inverno que passamos juntos. A cada pingo que caía faziamos projectos para um futuro que achavamos nosso. Não podíamos, nessa altura, adivinhar que o futuro não nos pertencia como a ninguém pertence. Lembro o abraço. Lembro o beijo arrepiante que os lábios trocaram. Lembro as gotas no vidro do carro e lembro, também o teu olhar profundo e belo a dizer "amo-te". Amo-te. É engraçado! Raramente se diz esta palavra a qualquer pessoa. Na vida temos cuidado quando expomos o "amo-te". No entanto, chega-se aos trinta e vendo bem os factos, já soletramos, endereçamos, expusemos uma data de vezes a palavra. Rebobinar.
Percebes de imediato o feedback do "amo-te". Os braços encontram-se, os lábios perduram e o caminho dos sonhos enlaçam-se. Aquele momento mágico, criado por nós que, na verdade éramos um ficou embalsamado quando me dizes: "não tenho uma resposta". Quando eu te pergunto: "Há um caminho para nós?"

quinta-feira, agosto 28, 2003

Não sei se alguém reparou no aspecto limpo dos "comentários" do planeta b612. Não agradeço nem à família, nem aos amigos, nem ao God, nem ao Brad Pitt pela excelente contracenação, nem ao David Linch pelo convite para o filme, nem aos fãs. Agradeço ao amigo Tiago pela imprescindível ajuda. A ti, obrigada!!

terça-feira, agosto 26, 2003

Paredes de Coura...com um brilhozinho nos olhos
Estórias estupendas, fantásticas, verdes e azuis, brilhantes e magníficas que se passaram em apenas uma semana. Os meus olhos passam e trespassam e veêm e voltam a ver sem nunca se cansarem das mesmas imagens, das fotografias que quando se olha pela terceira vez (porque há sempre uma terceira vez) descobre-se algo novo, revive-se estórias, lembram-se minutos, palavras e conversas que ficaram imortalizadas numa única fotografia que, por sua vez ficará imortalizada no tempo. Os segundos que os meus olhos levam a chegar á fotografia tranformam-se nas horas que vivemos naquele dia, naquela noite. A trança, os sons, os amigos, os campos, a mata, as árvores, as necessidades, as tendas, o "fazer de comer", os tachos, a água gelada, o sol, as estrelas, as nuvens, os livros, os jogos, os sonhos, o dormir e o acordar, o rir e o chorar, a música para adormecer, o cheiro, a piscina, a Vila, a casa-de-banho do café, as fitas e rastas, Placebo, o Rós e suas leituras, o jambé, as amigas do Rós, o Zé sem lentes, os jornalistas fenomenais, cabelos brancos e pretos, charros e vodka, rio e terra, sorrir e amar...mais do que nas fotos, tudo ficará na gaveta do coração.
Não queria ser indiscreta, mas é para que não me digam que estou a plagiar. Li um comentário dos atacadores no fechado para obras que me atingiu de modo peculiar. Trata-se de uma citação de Fernando Pessoa.

Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada
Á parte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo
Ás vezes não gosto de acordar e sentir a realidade da vida. Hoje, pelo contrário, gostei de acordar para fugir do pesadelo da noite.

domingo, agosto 24, 2003

Estórias de Paredes de Coura(Sete, viver de noite, dormir de dia)
Peço imensa desculpa aos meus amigos por fazer link do artigo que escrevi para o jornal sobre Paredes de Coura. Bem sei que há sempre ideias novas e frescas. Não quer dizer que não as passe para o branco do fundo do blog...mas, o dia correu mal! Disseram-me que era "egoísta, só penso em mim". Também sei que vindo de quem veio e pelo tom que foi dito devia levar para a brincadeira. Seja como for, há sempre alturas da vida que nos sentimos mais frágeis, sensíveis e chegamos a acreditar piamente em tudo, como as crianças na sua pura inocência acreditam. Não sei porquê a frase entrou a mil na minha cabeça. Rodou pelo corpo todo, pela minha vida, por todos os seus segundos. Serei mesmo egoísta? Será que seguir as vontades e desejos é ser egoísta...nunca tive a pretenção de ser perfeita. Sempre chorei quando os meus amigos choraram. Sempre ri quando eles riam. Mas isso acontece sempre que as almas se cruzam. Será que a deles não se cruzam com a minha? Acho que tenho que começar a pensar sobre mim mesma....contudo, pensar doí. E o presente está a doer!

sexta-feira, agosto 15, 2003

Cinco dias. Cinco noites. Amigos e redacção. Verde e preto. Rio e terra. Chuva e sol. Campismo pela primeira vez e jambés a marcar o tempo. Umas ervas a mais, uns goles a mais, um pouco de tudo a mais. Música no seu auge. Uma alegria efusiva. Assim, se espera! Uma semana de rastos, umas olheiras sorridentes e uns textos valentes. Uma ida às casas-de-banho. Ups! Acho que me enganei na porta. CASAS-DE-BANHO, uma miragem! Muita atenção às musiquinhas que há quem espere algo importante da minha pessoa profissional. O equilíbrio prefeito, o útil e o agradável...
Estórias de Paredes de Coura daqui a uma semana!!
Um dia na praia
Acho engraçado quando um jornal chega ao mês de Agosto e não tem nada para publicar e, então fazem reportagens do tipo: "Um dia na praia". Está certo que o jornal que se trata é local, mas podiam imprimir um título mais sonante ou puxar por algo mais importante, quanto mais não fosse pela qualidade dos produtos de protecção solar, pela qualidade das águas, pela euforia da Bandeira Azul. De certeza que ninguém tira proveito de um texto intitulado "Um dia na praia" com não sei quantos caracteres a dizer não sei o quê dos biquinis, das banhas e menos banhas e afins sem substância. Oh nãããoo!!...

terça-feira, agosto 12, 2003

Ninguém consegue definir o amor. Todos conseguem definir o amor.
Nós portugueses somos uns privilegiados. Temos um poeta que escreveu de uma forma subtil e directa, contraditória e clara, todos os ângulos do amor, todos os seus vértices, toda a sua magia! Conhecemos e temos no dicionário português a palavra "saudade". Somos um povo ligado ao sentimento e teme-se verbalizar o amor. O amor não existe para ser verbalizado, é certo. No amor as palavras são zero e os actos, milhões! Mas será tão difícil colocá-lo em palavras? Ou será medo de esgotar todo o vocabulário. Medo de estar nú perante o outro. Medo de mostrarmos a alma e a sua fortaleza. Afinal, não é pelo amor que o mundo dá uma volta todos os anos, que todos os dias nos vestimos e lavamos os dentes. E porquê? Porque o amor é querer sair de si mesmo e encontrar uma outra parte, é ser feliz por se aproximar uma certa hora, é olhar nos olhos sem precisar de gastar saliva, é sentir a alma fresca como uma alface, é vislumbrar um rouxinol num turbilhão de folhas verdes, é afogar-se em brilhos, é rodopiar na multidão, é sair de si mesmo, é...
Tantas palavras que podem desenhar o AMOR...
Todos temos um tesouro. Independentemente do credo, da raça, do uniforme, da morada, do tipo de comida que goste, do sexo, da idade. Todos, sem excepção, temos um tesouro. E todos achamos, não sei porquê que o tesouro está longe das nossas raízes, para além dos oceanos e montanhas. Todos, sem excepção. E todos, no final, encontramos o tesouro, mesmo debaixo da pontinha do nariz, com ou sem verruga!!
É um facto da vida, é uma estória da nossa estória. Não podemos fugir, nem acelerar o passo!

segunda-feira, agosto 11, 2003

Conversa entre duas amigalhaças
A Aninhas pergunta à Joaninha, o que é um blog. E, acrescenta: "É como um diário!". Sim, como um diário. Como uma folha sem ser de papel, com funções maiores. Ou seja, no desejo último dos blogs estão a interacção entre seres, entre os blogs, entre culturas. Para além de que se pode discutir ideias, criticar e colocar sempre pontos de interrogação em afirmações que nunca são exactas. Por isso, foi muito bom conhecer este amiguinho, onde se pode aprender e ensinar!!

sábado, agosto 09, 2003

I cry when angels deserve to die
Ás vezes magoamos as pessoas que mais amamos. Curiosamente, tendemos a magoar as pessoas que nos são mais próximas. Aquelas que só basta um olhar para perceber como estão por dentro, aquelas que nós não precisamos de abrir a boca para nos tocarem na alma. E nesse momento de asneirada, arrepiamo-nos, ficamos com os pêlos em pé, sobe o sangue à cabeça, numa incerteza estúpida se vamos ser perdoados ou não! Como podemos duvidar, afinal não são pessoas que amamos, então o perdão não pode ser uma dúvida, tem que ser uma certeza sólida!!
O pior é se acontece com um ser que não conhecemos, mas que admiramos, que não vemos, mas que percebemos. Um ser que nos mostra o mundo azul, quando insitimos em vê-lo cinzento. Um ser que é puro e mesmo assim foi inevitável usar o punhal. Um perdão com a dimensão do amor!
We don´t need van carries
Acordar de manhã, bocejar, abrir um olho, depois o outro, tudo muito devagarinho. Pousar um pé, pousar o outro. Respirar bem fundo, abrir a janela. Olhar o horizonte, sentir os primeiros raios de sol e sentir o bom-dia da manhã de um longo dia que começa a contar a partir daquele minuto. Tomar o pequeno-almoço como se fosse o último, pleno de energia. Não olhar o relógio. Isso fica para depois! Caminhar pelo dia, seguindo as vontades e desejos, quebrando regras, tocando na felicidade. Não espreitar pelo postigo e avançar sem medos, desafiando o desafio. Chegar ao fim-de-tarde com um sorriso e chegar à noite, engasgados de tantas gargalhadas! Um dia passou e fizemos tudo o que queriamos, não se perdeu um minuto, todos os segundos foram desejados e vividos!

quinta-feira, agosto 07, 2003

Nos blogs está sempre uma parte que é nossa, a nossa herança e só podem ser desenhados, sonhados por nós. Mesmo que se cite autores, blogs e afins (nomeando-os correctamente), o texto faz parte da nossa história, do nosso ser.
Porque tenho o blog? Porque posso expelir o que quiser, fazer do teclado um piano e moldar as minhas próprias notas, construindo as minhas pausas, saltando de bemol e sustenido, sustenido e bemol... E como disse no meu primeiro texto, sem quês, nem porquês! Exactamente para não explicar nada a ninguém, ser eu mesma, assustando fantasmas, fantasiando com fadas e varinhas mágicas. Escrever o que a alma dita e não o que a agenda obriga. Perceber-me melhor, e porque não? Rir e fazer rir, chorar e fazer chorar. Como diz o mote do blog, estórias com muitos sabores!!Os meus sabores, os teus sabores, os nossos sabores. Porque, afinal, eles não são, assim tão diferentes!!

segunda-feira, agosto 04, 2003

Surfistas do ar
Na edição da revista "Pública" de ontem saíu uma reportagem sobre os surfistas do ar. Nada mais, nada menos que uma dezena de homens aventureiros, juntaram-se no Alentejo e realizaram o primeiro concurso de parapente em Portugal. Convêm referir, primeiro Portugal venceu a França na candidatura para levar a cabo a edição (afinal, o nosso País tem alguma coisa boa!), segundo nem sinal de mulheres (será que o sexo feminino diz não ao parapente?).
É difícil transformar em palavras as imagens que a revista mostrava... verdes campos, montanhas altas e longínquas, onde dezenas de pontinhos coloridos voavam, voavam!! Da vista só era perceptível o horizonte e a mente ponderava: Um dia destes dirijo-me a um clube de "passarolas voadoras" (como dizia Saramago) e atrevo-me a olhar o mundo sem os pés na terra!

domingo, agosto 03, 2003

A vida como uma montanha russa
Hoje passei em frente a um parque de diversões(...) via que a maioria das pessoas entravam ali em busca de emoção, mas quando começavam a andar, morriam de medo e pediam para pararem os carros. (...) O que querem elas? Se escolheram a aventura, não deviam estar preparados para ir até ao fim? ou acham que seria mais inteligente não passar por estes sobes e desces, e ficar o tempo todo num carrossel, girando no mesmo lugar? (...) A montanha russa é a minha vida, a vida é um jogo forte e alucinante, a vida é lançar-se de pára-quedas, é arriscar-se, cair e voltar a levantar-se, é alpinismo, é querer subir ao topo de si mesmo, e ficar insatisfeita e angustiada quando não se consegue. (...)Se eu tivesse adormecido e acordado de repente numa montanha russa, que iria sentir? Bem, a primeira sensação é estar prisioneira, ficar apavorada com as curvas, querer vomitar, e sair dali. Porém, se confiar que os trilhos são o meu destino, que Deus governa a máquina, este pesadelo transforma-se em excitação. Ela passa a ser exactamente o que é, uma montanha russa, um brinquedo seguro e fiável, que vai chegar ao fim, mas, enquanto a viagem dura, preciso olhar a paisagem à volta, gritar de excitação.
Paulo Coelho
O blog jornalismus está de volta!! Depois de tanta desactualização de vários meses, vai recomeçar a sua vertente noticiosa...e imaginem, hoje nomeou o planetab612 (é que eu nem participo nele, nem nada!!!)...
Visitem: www.jornalismus. blogspot.com
Equilíbrio na vida
É sempre bom encontrar o meio da vida. Para mim equilíbrios faziam parte de estórias de livros que, confortavelmente nos dão uma visão positiva de tudo quanto nos envolve. De facto, é preciso viver nesse equilíbrio se quisermos caminhar paralelamente com a felicidade, porque no equilíbrio conciliamos o que mais gostamos de fazer com o que somos obrigados a fazer (porque os sonhos requerem obstáculos e muita luta).
Nunca me conheci assim!Encontrei o equilíbrio. Sinto que mudo um pouco todos os dias e compreendo bem aquelas palavras que surgem numa conversa, entre copos de vinho e inícios de cigarros à mistura. De repente, vejo-me a olhar atentamente o Tempo e apercebo-me que ele me respeita e, eu a ele!!
O Principezinho
"Tenho boas razões para pensar que o planeta de onde o principezinho vinha era o asteróide B 612. Este asteróide foi visto ao telescópio uma única vez, 1909, por um astrónomo turco".

sábado, agosto 02, 2003

O valor da novidade
É incrível como nos sentimos bem quando temos algo de novo. É, precisamente assim como me sinto. Orgulhosa, porque criei algo pelas minhas mãos; Incansável, porque como é novo (e meu) não consigo parar de teclar, e fresca, porque há sempre alguma coisa que apetece escrever e exteriorizar.
Um obrigada à Ana, pois foi a minha primeira visitante (presumo!)...a alma-gémea...
Para ti que sabes quem és...
O céu a brilhar e o horizonte a desaparecer. Os meus! Os teus começam a ganhar outra forma, outra vida! Tens outros horizontes, outro céu que, igualmente brilha. Tu cabes lá e quem tu quiseres! Somos vizinhos no tempo e a alma é mesma. É preciso não esquecer que há acordares diferentes!!

sexta-feira, agosto 01, 2003

As primeiras frases!
Sou eu, o planeta b612. Não, não vive aqui nenhum principezinho. Ele está no céu a ouvir o barulho da roldana a rodar e nós na terra a triunfar com os quinhentos milhões de guizinhos das estrelas. Este é mais um planeta a juntar aos muitos outros no mundo. Mas este é especial, porque é o nosso planeta. Nele podemos tropeçar em estórias, sejam elas de rir, chorar, irritar ou corar...sem quês, nem porquês...é um planeta, com a diferença do b612, e é nosso!