um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

ao r.p.r. Como posso dizer que gosto de ti? De que forma? Que gestos manobrar? Que palavras escolher? Dizer que te gosto é pouco. Diminuto face à dimensão do amor. Do meu amor. Não gosto de ti. Não posso reduzir o farol da minha noite a esse verbo pequeno e banal. Como poderei usar a palavra gostar Para o tamanho das nossas almas? Para nós? Eu gosto de esparguete. Mas tu não és esparguete. És a água em ebulição, o vulcão em erupção, o mar agitado a espalhar correrias. Gosto de andar no passeio com os olhos postos no céu. Disto gosto. Também gosto dos cabelos a voar atrás dos ombros. Estas coisas eu gosto. São coisas. Materiais de vida. Mas tu és grande de mais para gostar. E gostar pequeno de mais para ti. Não encontro na minha pátria linguagem que te associe. Procuro no vento pedaços de voz, Pergunto ao mar o que te dizer, Espreito entre os dedos sinais para te dedicar a melhor expressão do meu coração. Mas o meu coração está desprovido de palco, Porque não encontra a melhor peça de teatro. Onde tudo vale, nem o gostar vale. Não gosto de ti. Amo-te.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

o mar dentro de mim

há um mar que se agita e grita no fundo de mim, explode ondas de sangue, atira areia da cabeça aos pés, é voraz, como todos os mares, em cada fundo de mim. não durmo, é um mar-desassossego, deixa-me acordada a cada onda que. que bate no peito. que bate no rosto. que bate r.u.i.d.o.s.a.m.e.n.t.e no fundo de mim. sou poço sem fundo. perdi-me no fundo de mim. só o mar, grande, u.n.i.c.a.m.e.n.t.e enorme, encontra o fundo de mim, navega, como uma gaivota em terra, quando há tempestade no mar.