um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

sexta-feira, julho 22, 2005

Que imagem feiticeira é essa que adormece sob os olhos,
puros de preto e branco, sem conhecerem o arco-íris
que devora o chapéu do céu.
Vagueio entre cansaços de um mais ou menos, de um não mais que,
de este não sei se.
Provida de ses entrego a alma à metafísica que existe em cada corpo,
que passa, e passa, apenas! Nenhum desses corpos que andam pela cidade,
têm cor, todos a preto e branco, todos de uma engenharia mecânica.
Fantasmas feiticeiros, sem poder. Todos alheios ao arco-íris que insiste ser conceito,
que deambula por metafísicas que não conhece.
Nem o sol tem cor.
Tudo visão animal.
Preto e branco.
Numa cidade,
que não passa de uma tela esquecida.

quarta-feira, julho 06, 2005

Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,

Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no
fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué para o sol e acordarei;
E então será esse dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!

Magnificat, Álvaro de Campos

Era mesmo isto. Será dia. Um dia.