um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
terça-feira, setembro 26, 2006
domingo, setembro 17, 2006
Não consigo decidir se gosto do novo semanário SOL ou não. Venceu no grafismo, sem dúvida. Os títulos e textos são apresentados de forma leve, suave, com espaço, sendo atractiva para a leitura. A primeira secção, Política e Sociedade, que ocupa grande parte do jornal, oferece aos leitores informação limpa e necessária. A secção Intervalo joga bem para os leitores descansarem a mente e terem acesso a informação mais leve. A secção Mundo Real deixa a desejar. É um exagero do mundo real, muito mal abordado. A revista que acompanha o jornal, Tabu, tanto tem de interessante como desinteressante. O que é mesmo engraçado é a nota na primeira página: Este jornal vale por si só, não oferece brindes nem faz promoções.
segunda-feira, setembro 11, 2006
domingo, setembro 10, 2006
"O Douro são as pessoas. Gente independente que não se encontra no resto do país".
Agustina Bessa-Luís
[tirado do Jornal de Notícias de hoje]
Agustina Bessa-Luís
[tirado do Jornal de Notícias de hoje]
quinta-feira, setembro 07, 2006
Histórias Roubadas de Histórias Roubadas
Cartas inúteis
Há dias em que o céu e o mar parecem coalhar um no outro. Tudo o que rodeia se funde numa espécie de treva acinzentada. Sinto as horas correrem a minha imobilidade até ao meu mais longínquo osso. A memória foge, refugia-se na releitura dalgum livro que nunca voltei a folhear. É uma arte muito antiga, esta de me sentar perto da janela com um livro aberto nas mãos da memória.
Há dias assim, em que me sinto projectado para dentro de imagens duma memória futura, plena de luminosidade, onde certamente já não estarei. Tenho saudades dos lugares onde nunca estive, porque só nesses lugares, dizem, a vida continua. Envelhece-se mais devagar ao anoitecer. A morte enrosca-se como um gato ao colo do dono, e faz uma trégua até que de novo amanheça. Sou um homem nocturno, a luz do dia aumenta o conhecimento da minha escassa eternidade.
A mim, basta-me o espanto da flor que murcha quando, no mesmo ramo, outra flor expande as pétalas ao sol. Vivo na ilusão de conseguir enganar, alguma vez, o medo dos dias sem ninguém. Por isso construí jardins de areias e cinza, jardins de água e fogo, jardins de répteis e de ervas aromáticas, jardins de minerais e de pedras – mas todos abandonei à invasão da selva e das alucinações.
Eu sei, cada homem possui um deserto dentro de si. Nele caminha deixando minúsculos sinais da sua breve passagem, mas o sangue é facilmente bebido pelas areias e nenhum oásis de felicidade irrompe. Perdi a noção do mundo que me cerca e retém aqui. Tudo abandono a pouco e pouco. O deserto é cada vez mais deserto. Já não vislumbro sequer a minha sombra, nem ouço ruído algum. Nem rastos de outros homens ou animais. Apenas branco, e um zumbido de estrelas repercutindo-se no interior da solidão.
Não, não se pode viver sem amar. Por isso atravessei oceanos, arquipélagos, mares nocturnos, dei a volta ao mundo à procura do meu corpo. Resta-me agora a escrita, o eterno recomeçar sempre o mesmo livro, como se fosse uma condenação, um destino superior a que me sinto incapaz de fugir. Escrever para além do tempo possível, para além da memória que há-de existir no meu corpo. O fulgurante silêncio das palavras.
Al Berto
Cartas inúteis
Há dias em que o céu e o mar parecem coalhar um no outro. Tudo o que rodeia se funde numa espécie de treva acinzentada. Sinto as horas correrem a minha imobilidade até ao meu mais longínquo osso. A memória foge, refugia-se na releitura dalgum livro que nunca voltei a folhear. É uma arte muito antiga, esta de me sentar perto da janela com um livro aberto nas mãos da memória.
Há dias assim, em que me sinto projectado para dentro de imagens duma memória futura, plena de luminosidade, onde certamente já não estarei. Tenho saudades dos lugares onde nunca estive, porque só nesses lugares, dizem, a vida continua. Envelhece-se mais devagar ao anoitecer. A morte enrosca-se como um gato ao colo do dono, e faz uma trégua até que de novo amanheça. Sou um homem nocturno, a luz do dia aumenta o conhecimento da minha escassa eternidade.
A mim, basta-me o espanto da flor que murcha quando, no mesmo ramo, outra flor expande as pétalas ao sol. Vivo na ilusão de conseguir enganar, alguma vez, o medo dos dias sem ninguém. Por isso construí jardins de areias e cinza, jardins de água e fogo, jardins de répteis e de ervas aromáticas, jardins de minerais e de pedras – mas todos abandonei à invasão da selva e das alucinações.
Eu sei, cada homem possui um deserto dentro de si. Nele caminha deixando minúsculos sinais da sua breve passagem, mas o sangue é facilmente bebido pelas areias e nenhum oásis de felicidade irrompe. Perdi a noção do mundo que me cerca e retém aqui. Tudo abandono a pouco e pouco. O deserto é cada vez mais deserto. Já não vislumbro sequer a minha sombra, nem ouço ruído algum. Nem rastos de outros homens ou animais. Apenas branco, e um zumbido de estrelas repercutindo-se no interior da solidão.
Não, não se pode viver sem amar. Por isso atravessei oceanos, arquipélagos, mares nocturnos, dei a volta ao mundo à procura do meu corpo. Resta-me agora a escrita, o eterno recomeçar sempre o mesmo livro, como se fosse uma condenação, um destino superior a que me sinto incapaz de fugir. Escrever para além do tempo possível, para além da memória que há-de existir no meu corpo. O fulgurante silêncio das palavras.
Al Berto
terça-feira, setembro 05, 2006
Melhor forma de se terminar as férias
Fazer a viagem de regresso - Lisboa/Porto (última etapa) - no cockpit dos pilotos. A pista do Sá Carneiro vista de cima parece uma árvore de Natal, e o Porto é mesmo bonito!
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