O sol escorrega pela rua como um tapete na madeira da sala ampla, onde uma televisão faz barulho. Uma criança corre pela infância dos carros, esboça o corpo pela felicidade. Um homem ergue um jornal com estórias tristes, outras assim-assim, e outras menos tristes. Uma mulher leva a roupa molhada num estendal muito além da sua altura.
Os vizinhos gritam. Os carros são os mesmos. O café continua no sítio. O cheiro do mar sobe ao nariz, e o arroz de polvo espalha-se pela mesa.
Depois, no teatro, ainda cabe o café com aquele biscoito. Alguém sacode as migalhas para o bem dos pássaros. O carro lança-se pela mesma rua, onde o sol escorrega até encontrar dois pares de vidas, sentados onde se sentam as flores. Aí nascem beijos e abraços e palavras proferidas a lápis de cor.
Quando o sol enrola-se rua fora, e desaparece por fim, e quando a noite ganha vez, o cobertor embala várias vidas numa só: são 4-4.
2 comentários:
ja tenho saudades do sol ...
If im in the situation of the owner of this blog. I dont know how to post this kind of topic. he has a nice idea.
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