um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
terça-feira, agosto 25, 2009
segunda-feira, agosto 24, 2009
sexta-feira, agosto 14, 2009
quarta-feira, agosto 12, 2009
- Avó, Avó!!
- Ahhh, quem és tu? Ai, que tenho mais uma neta e não sabia.
Olhos rasgados até ao passado que já vai longo, de uma vida que dura há 89 anos.
[Detesto estes números: 79, 89, 99. Dá a sensação de uma pausa, de um tempo maior ao real, até à próxima estação da idade.]
Cabelos brancos, unhas pretas de muito campo, pernas de muito andar até à igreja. Pele enrugada de muito criar. Mãos gastas de muito trabalhar.
Mente cansada da muita catequese que deu. De muitas estórias decoradas.
Mente sumida.
Transparente. Apagada.
O que não é mau de todo.
Pode alhear-se dos conflitos vazios entre filhos.
Do filho que não fala, mas grita.
Da morte precoce do marido que "sempre foi bom".
Aliás, este é dos poucos vértices atravesssados na sua vida, que não esquece.
Só um segundo. Ahhh onde vives? Ahh, pois, eu criei-te, peguei-te ao colo, e dava-te de comer.
Sim, Avó, é verdade.
Não é avó de sangue. Mas é avó de vida.
E, comove-me, o aceno pausado que me faz na despedida, a desejar-me "boa viagem".
A não saber, se esta será a última vez, que nos vemos.
É o mistério da vida: nunca sabemos.
- Ahhh, quem és tu? Ai, que tenho mais uma neta e não sabia.
Olhos rasgados até ao passado que já vai longo, de uma vida que dura há 89 anos.
[Detesto estes números: 79, 89, 99. Dá a sensação de uma pausa, de um tempo maior ao real, até à próxima estação da idade.]
Cabelos brancos, unhas pretas de muito campo, pernas de muito andar até à igreja. Pele enrugada de muito criar. Mãos gastas de muito trabalhar.
Mente cansada da muita catequese que deu. De muitas estórias decoradas.
Mente sumida.
Transparente. Apagada.
O que não é mau de todo.
Pode alhear-se dos conflitos vazios entre filhos.
Do filho que não fala, mas grita.
Da morte precoce do marido que "sempre foi bom".
Aliás, este é dos poucos vértices atravesssados na sua vida, que não esquece.
Só um segundo. Ahhh onde vives? Ahh, pois, eu criei-te, peguei-te ao colo, e dava-te de comer.
Sim, Avó, é verdade.
Não é avó de sangue. Mas é avó de vida.
E, comove-me, o aceno pausado que me faz na despedida, a desejar-me "boa viagem".
A não saber, se esta será a última vez, que nos vemos.
É o mistério da vida: nunca sabemos.
terça-feira, agosto 11, 2009
Faz-me espécie...
que pessoas com educação, formação, adultas, em lugares de requinte,
me digam que não entendem como há outras tantas pessoas que apostam em mestrados, em continuar a estudar, a ir para fora, enfim, a esforçar-se.
Eu resposto:
Porque há pessoas que quando olham o mundo e vêem sol, sabem que a outra metade é sombra, e vice-versa.
Porque há pessoas que gostam de viver. Que não se acomodam.
E, sobretudo, não precisam de saltos altos para crescer.
que pessoas com educação, formação, adultas, em lugares de requinte,
me digam que não entendem como há outras tantas pessoas que apostam em mestrados, em continuar a estudar, a ir para fora, enfim, a esforçar-se.
Eu resposto:
Porque há pessoas que quando olham o mundo e vêem sol, sabem que a outra metade é sombra, e vice-versa.
Porque há pessoas que gostam de viver. Que não se acomodam.
E, sobretudo, não precisam de saltos altos para crescer.
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