um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.

quinta-feira, maio 20, 2010

por vezes o sol que varre as estradas é injusto.
porque parece chuva, para alguns.
uma chuva intensa, amarga, que queima as lágrimas
que querem sair. para limpar - dizem. para desabafar - relatam. para expelir - confirmam outros.

o sino não pára de tocar.
toca sem parar.
toca. toca. toca.

o padre fala para ouvidos moucos. porque a dor é surda.
a dor é um casaco impermeável.
é fechar as portas do nosso mundo ao mundo.

os abraços e beijos são vazios.
corridos a pó, a vento.

um choro com pauta
arranca um coro de soluços.
acordes num anfiteatro branco,
de mármore.

um anfiteatro que nos espera. a todos. sem excepção.

o amor enterra-se, mas não morre.
cai terra, caem flores.

mas o amor...
como está escrito na bíblia...
esse...
tudo pode, tudo crê, tudo sofre, tudo espera.