por vezes o sol que varre as estradas é injusto.
porque parece chuva, para alguns.
uma chuva intensa, amarga, que queima as lágrimas
que querem sair. para limpar - dizem. para desabafar - relatam. para expelir - confirmam outros.
o sino não pára de tocar.
toca sem parar.
toca. toca. toca.
o padre fala para ouvidos moucos. porque a dor é surda.
a dor é um casaco impermeável.
é fechar as portas do nosso mundo ao mundo.
os abraços e beijos são vazios.
corridos a pó, a vento.
um choro com pauta
arranca um coro de soluços.
acordes num anfiteatro branco,
de mármore.
um anfiteatro que nos espera. a todos. sem excepção.
o amor enterra-se, mas não morre.
cai terra, caem flores.
mas o amor...
como está escrito na bíblia...
esse...
tudo pode, tudo crê, tudo sofre, tudo espera.
1 comentário:
Que maravilha de texto, Joana! O meu beijo especial para a autora, dona de uma tal sensibilidade...
Anthero
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