um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
quinta-feira, maio 14, 2015
Berit we will hug again
A vida dá-me muitas coisas boas. Sou grata por todas as pessoas que entraram e, de algum modo, fizeram/fazem a minha vida. Nos momentos certos e incertos. Há 11 anos que a Berit, loirinha do lado direito, não nos vemos. A nossa amizade nunca teve a ver com o tempo, mas mais com o espaço e o tempo no espaço. Durante 6 meses foi minha irmã e amiga. E eu dela. sabemos disso. Pareceu um vida inteira. Uma vida antes desta. Vamos voltar a abraçar. Porque a vida é mesmo um carrossel. E porque eu sei ser na vida, e a vida sabe ser em mim. Obrigada.
terça-feira, maio 05, 2015
urgência para ontem - para depois de amanhã
Armando Jorge.
Hoje - ontem - quem visitasse as urgências do Hospital de Santo António no Porto deparar-se-ia com Armandos Jorges por todo o lado. Camas com corpos doentes, ao relento de cuidados, desprovidos de amor. No corredor camas em fila indiana, profissionais de saúde atropelam-se nas fichas médicas e a gritar 'não pode isto, não pode aquilo'. Rodopios e ziguezagues de nomes, chamadas, gentes de todas as espécies. Corrente de ar (para arejar as salas?). E um Armando Jorge.
Armando Jorge.
Armando Jorge.
Armando Jorge.
Enfermeiros frenéticos a gritarem pelo Armando Jorge, perdido, algures, sem saber que lhe estavam no rasto. Possivelmente abrigado num cobertor sem cor, virado para uma parede apática, triste de tanta urgência atrasada.
Pensei: Somos um país de terceiro mundo, e julgamos que somos super desenvolvidos.
Devo ter pensado alto, porque não faltaram vozes a desgraçar as infraestruturas da nossa saúde.
Não encontraram o Armando Jorge enquanto lá estive. Talvez amanhã - depois de amanhã.
Hoje - ontem - quem visitasse as urgências do Hospital de Santo António no Porto deparar-se-ia com Armandos Jorges por todo o lado. Camas com corpos doentes, ao relento de cuidados, desprovidos de amor. No corredor camas em fila indiana, profissionais de saúde atropelam-se nas fichas médicas e a gritar 'não pode isto, não pode aquilo'. Rodopios e ziguezagues de nomes, chamadas, gentes de todas as espécies. Corrente de ar (para arejar as salas?). E um Armando Jorge.
Armando Jorge.
Armando Jorge.
Armando Jorge.
Enfermeiros frenéticos a gritarem pelo Armando Jorge, perdido, algures, sem saber que lhe estavam no rasto. Possivelmente abrigado num cobertor sem cor, virado para uma parede apática, triste de tanta urgência atrasada.
Pensei: Somos um país de terceiro mundo, e julgamos que somos super desenvolvidos.
Devo ter pensado alto, porque não faltaram vozes a desgraçar as infraestruturas da nossa saúde.
Não encontraram o Armando Jorge enquanto lá estive. Talvez amanhã - depois de amanhã.
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