Uma resposta com letras no meio...nem sempre falar é a melhor opção...
Dezanove horas. Depois de um longo dia sem fazer nada, apenas ouvir música, passear pelos blogs, caminhar pela casa e apreciar esta rotina que poucas vezes vivo, lembrei-me que na minha casa existe uma caixa de correio, que durante todo o dia tinha ficado esquecida. Tive pena dela. Ninguém gosta de ser esquecido! Levei a chavinha pequena à fechadura, espreitei a caixinha pequena e surpreendi-me com o pequeno envelope. Adivinhei que a carta era tua, adivinhei, também as palavras e as folhas e pensei: "Como é que uma carta tão grande cabe nesta caixinha e neste envelope". Entrei na cozinha, sentei-me confortavelmente na cadeira, desliguei a televisão, enfim, preparei o momento.
Li as cinco folhas que, incansavelmente me escreveste, senti o peso da caneta nas folhas, ouvi o barulho que ela fazia, imaginei as vezes que paraste para descansar o dedo. Li a carta toda, seguida, sem um stop, sem um rewind. Li em voz alta e a casa, a cozinha, os quadros, os objectos conheceram toda a história. A minha alma gravou tudo, apanhou cada letra e vírgula, cada ponto e acento.
Amei a história como se fosse minha e esse sonho que partilhamos juntas, foi desse modo como me contaste que sempre o desenhei, o senti, o idealizei. Percebo-te como te peço que me percebas a mim se te parecer estranha. A alma é a mesma, a vida é que nos leva a respirar de modo diferente algumas vezes. Amei a carta como amo os meus desafios. Detestei o "agora estou perfeitamente normal". Isso não, por favor.
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