um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
sábado, janeiro 03, 2004
O Chorão
Não sei bem porquê os meus olhos começaram a deambular para além da janela e encontraram-se, como em todas as manhãs, com o Chorão do jardim. Os olhos prenderam-se aos ramos do Chorão e seguiram os seus movimentos caídos, em oblíquo a responder ao vento. Não sei porquê apeteceu-me escrever sobre o Chorão. Podia ter sido sobre outra coisa qualquer, mas os dedos escreveram Chorão. Na minha infância tinha muitos chorões bebés, mas preferia sempre carros e casas da Play Mobile. Nunca liguei às coisinhas rotuladas "para menina". Hoje prefiro o Chorão. Aquele que me diz bom-dia, que dança com os seus ramos caídos, que é casa para pássaros, que grita liberdade, que me dá colo, que me ouve, que brilha de noite e de dia, que me diz "eu sou o universo", que conta estrelas de noite e nuvens de dia, que me ama e me reflecte, que nunca adormece, porque tem sempre sonhos para concretizar, que toca Sigur Rós, que me deixa respirar, que pára e anda. Aquele que é o meu espelho.
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