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quinta-feira, março 25, 2004

Porto

Um dia o discreto e simples Eugénio de Andrade escreveu e declamou aos céus o ensejo de levar para uma outra vida a imagem do Porto antigo, velho e clássico com aquelas gaivotas que fazem vento na cidade. Não consigo esconder a alegria que sinto quando a senhora que vende pão me fala da ponte D. Luiz e quando ensaia um "obrigada" sempre que lhe entrego as moedas pelo "molete". Quando os rapazes me dão os parabéns pela excelente "team" que dá mérito ao Porto. Quando pelo meio das noites, que roubam manhãs apreciam o Vinho do Porto. E quando num abraço profundo anseiam pelo Verão para conhecer a minha cidade mágica. Onde quer que estejamos há sempre uma corda de raízes, assim como um trapezista que baila preso pelo ar.

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