Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no
fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué para o sol e acordarei;
E então será esse dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Magnificat, Álvaro de Campos
Era mesmo isto. Será dia. Um dia.
1 comentário:
É daqui a pouquinho tempo. :)
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