um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
sábado, julho 14, 2007
na tarde a caminho da noite
apetecia-lhe fumar um último cigarro da vida. ela foi-se embora devagar, numa morte lenta, onde só lhe sobrava o fumo de uma realidade inconstante, e o cigarro não lhe saía da cabeça. havia remédio para tudo, menos para o fumo de uma realidade inconstante - disse-lhe um dia a avó, ou o avô, não se lembra. soprou-lhe ao ouvido um desejo, daqueles de hora de ponta, de se colocar em bicos de pés e espreitar o doce sabor de uma tarde que se despede do dia de ontem, e da proximidade de uma noite que se confunde com os dias claros. a rua, àquela rua, percorria-lhe o mapa do corpo em traços quentes e delinquentes. apetecia-lhe voltar, àquela rua, morena de suja, delgada de corpo, e onde o chão pousa no céu. na tarde a caminho da noite. o castelo foi a cura.
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1 comentário:
eu gosto muito
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