um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
quarta-feira, abril 24, 2013
[s.t.]
Hoje pus o amor fora de portas
a dormir
Como se faz com um gato intrometido.
Hoje não me apetece regar o amor.
Pu-lo a dormir lá fora, ao relento
no tapete de entrada
à porta de casa .
Apontei-lhe o indicador
e repreendi-o.
Hoje não lavei o amor.
Mandei-o embora.
Mandei-o aquela parte.
Para mim o amor asfixiou-se no céu preto e brilhante da noite.
O amor hoje perdeu
rebolou pela rua
caiu da ponte.
Hoje virei a cara ao beijo do amor.
Bati com a porta.
Bati com as costas.
Bati com a vida na cara do amor.
Escrevi ‘a’ em letra pequena.
Ergue-se a manhã,
com luz
com sol.
Estendem-se ingratamente no novo dia,
o céu grande, azul.
Abri a porta.
E no tapete, a rastejar
estava o amor.
Fiel como um cão
a pedir, clemência.
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