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quarta-feira, abril 24, 2013

[s.t.]

Hoje pus o amor fora de portas a dormir Como se faz com um gato intrometido. Hoje não me apetece regar o amor. Pu-lo a dormir lá fora, ao relento no tapete de entrada à porta de casa . Apontei-lhe o indicador e repreendi-o. Hoje não lavei o amor. Mandei-o embora. Mandei-o aquela parte. Para mim o amor asfixiou-se no céu preto e brilhante da noite. O amor hoje perdeu rebolou pela rua caiu da ponte. Hoje virei a cara ao beijo do amor. Bati com a porta. Bati com as costas. Bati com a vida na cara do amor. Escrevi ‘a’ em letra pequena. Ergue-se a manhã, com luz com sol. Estendem-se ingratamente no novo dia, o céu grande, azul. Abri a porta. E no tapete, a rastejar estava o amor. Fiel como um cão a pedir, clemência.

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