8h. sim, oito da manhã. consulta externa no hospital de santo antónio. corredores apinhados de conversas bocejadas a café, espirros e gente feia de doença. uma sala de espera e uma secretária para todas as perguntas: onde é este serviço, e aquele, e o outro, e falta muito, e depois, as taxas moderadoras? a sala de espera torna-se, de repente, num aeroporto, uma senhora sorridente, de farda aos quadradinhos branca e vermelha, serve café, bolachas, chá, sobretudo serve consideração por todos os pacientes, uns mais graves do que outros.
na parede uma televisão fala muda para as dezenas de olhares de baixo para cima. diz que se deve lavar as mãos várias vezes ao dia. ensina como lavar. com o quê: água e sabão. em abundância.
Mas,
necessito do w.c.
sigo o conselho
como sempre, aliás
vou lavar as mãos,
aquele w.c.
dentro do hospital
com letreiros que ensinam a lavar as mãos - local de residência de bichinhos que levam a doenças -
não tinha sabão
apenas munido de um fio de água escorregava
a cada dois segundos.
crise?
de...
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