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quinta-feira, maio 23, 2013

do medo

às vezes alguém acorda de manhã e não tem nada na cabeça. é um vazio. acontece muito por esta altura em que todas as cabeças estão ocupadas com muita coisa que nada tem a ver com aquela cabeça vazia. então os bons-dias são rápidos, fugazes, muitas vezes fugidios.
deixa ver se ela não me vê para não perder tempo com cumprimentos
é verdade o tempo corre, e cansamo-nos tanto a correr também atrás dele. também acontece acordarmos de manhã e termos a cabeça cheia. cheia de merda. títulos gordos dos jornais. insónias que nos lembram que o copo está, ao mesmo tempo, meio cheio e meio vazio. eu tenho a cabeça como o copo, ora cheia, ora vazia. e entre uma coisa e outra um medo. um pequeno medo em ponto cruz com a pequena dor.
aquela da canção
medo de amanhã não poder fazer o que gosto. o que faz acordar todos os dias. não ser como aquelas meninas bem vestidas das capas das revistas que são privilegiadas porque a flecha do cupido lhes acertou. oiço tantas estórias. acredito em algumas linhas. não quero ser capa de revista, e quero vestidos à minha medida e ao meu gosto. sobretudo, quero acordar de manhã e ter a certeza que vou continuar a fazer o que gosto. mas há sempre 'ses'. e há um se que me distrai. um será que me desorienta. e as mãos levantam-se vazias. a tentar agarrar o futuro. que anda por ai algures. não sei se me a fintar. um medo que nao me larga.
quem tem cu tem medo
tenho vida à minha frente. o medo de não ser a pegar nas rédas do cavalo para ir de cabelos longos à solta, a fazer o que quero. alguém disse
o cavalo passa desmontado uma vez por nós, se passar a segunda já vai montado
a luta. de todos os dias. de acordar e levantar. a luta da coragem. a luta com o divino. a luta do medo.

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