um weblog sobre literatura, viagens, momentos, poesia, sobretudo, sobre a vida. enfim, um weblog com histórias dentro.
sexta-feira, dezembro 30, 2005
Nao percebo e percebo
Aqui, na Holanda nao ha televisao internacional portuguesa. Aqui, na Holanda nao existem publicacoes portuguesas. Mas, aqui na Holanda vende-se o 24 horas.
quinta-feira, dezembro 29, 2005
A neve do lado de fora da janela - imagino-a como algodao doce. Apenas cai, docemente sem fazer barulho. Alerto os cinco sentidos: doce paladar, a cair em surdina, um leve e frio tacto, um cheiro deserto, e branca como ensinam. A Holanda nao e mais plana com a neve. A neve e a grande artista que esculpe em pequenas proporcoes montes brancos, caidos como que esquecidos a cada passo.
quarta-feira, dezembro 28, 2005
No final do ano, dizem que faz bem mudar. Que e bom. Eu ca sempre gostei de mudanca. Dar um arejo aqui e ali. Nada pior que dias iguais, cabelos a crescer desorientados, caras sem emocao; enfim, rotinas manhosas. Ha quem corte o cabelo, ou ate, maquilhe a cara do weblog. Eu optei pelos dois. A tres dias do parto de 2006, vale a pena sacudir a casa e abrir as janelas.
Bem-vindos!
Bem-vindos!
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Ja nem se pode fazer sumo de laranja...
Espaco: cozinha da empresa
Accao: Joana a fazer sumo de laranja
Dialogo:
Colegas holandeses: O que e que estas a fazer?
Joana: sumo de laranja [duh]
Colegas holandeses: ahhh...Nos nao fazemos isso aqui!
Joana: Ha alguma lei que proiba!?
Colegas holandeses: Nao, mas e estranho!
Joana: Entao...[******]
Enfim...
Feliz Natal
Accao: Joana a fazer sumo de laranja
Dialogo:
Colegas holandeses: O que e que estas a fazer?
Joana: sumo de laranja [duh]
Colegas holandeses: ahhh...Nos nao fazemos isso aqui!
Joana: Ha alguma lei que proiba!?
Colegas holandeses: Nao, mas e estranho!
Joana: Entao...[******]
Enfim...
Feliz Natal
quinta-feira, dezembro 08, 2005
quarta-feira, dezembro 07, 2005
we lost ourselves
[estoria de (d)encantar]
E sempre assim. Comigo. Contigo. Ou com quem quer que seja. Sou uma bussola avariada. Sou cigarro apagado. Nao me encontro em mim. Gostava de ser uma rosa vermelha, viva, sem dor ou Razao. So estar ali ao sabor do vento. Sinto que ha sempre uma coragem camuflada de palavras faceis, desprovida de atitude. Estado liquido, inves de solido. Nao quero ser doce. Nao preciso. Gostava tanto de ser mais alto. De ser eu. De me aprender. Quero ser sedutor da vida.
Quando e que percorremos o Amor ou Ele a nos?
Nao passo disto: de um "nao sei". De um perder constante. De um mentir facil: "num perder ha sempre um ganhar".
Nem sempre e assim. Mas pode ser.
A esperanca e feita em um por cento, nos 99 por cento de duvidas.
I lost myself.
E sempre assim. Comigo. Contigo. Ou com quem quer que seja. Sou uma bussola avariada. Sou cigarro apagado. Nao me encontro em mim. Gostava de ser uma rosa vermelha, viva, sem dor ou Razao. So estar ali ao sabor do vento. Sinto que ha sempre uma coragem camuflada de palavras faceis, desprovida de atitude. Estado liquido, inves de solido. Nao quero ser doce. Nao preciso. Gostava tanto de ser mais alto. De ser eu. De me aprender. Quero ser sedutor da vida.
Quando e que percorremos o Amor ou Ele a nos?
Nao passo disto: de um "nao sei". De um perder constante. De um mentir facil: "num perder ha sempre um ganhar".
Nem sempre e assim. Mas pode ser.
A esperanca e feita em um por cento, nos 99 por cento de duvidas.
I lost myself.
SinterKlaas
Os holandeses tem um dia dedicado ao SinterKlaas. Acontece todos os Dezembros, dia cinco. Parece que o tipo veio de Espanha e parou pelos Paises Baixos, descarregou um saco cheio de doces, e a partir dai a data e anualmente lembrada. Bem, o Sinterklaas tambem me deixou um saco com muitos docinhos. E pa, isto ja parece Natal! Assim, sim!!!
segunda-feira, dezembro 05, 2005
terça-feira, novembro 29, 2005
segunda-feira, novembro 28, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
Primeira lição
een zakdoek(en)
een jongen(s)
een meisje(s)
een das(sen)
een huis(zen)
een podlood(en)
een handtas(sen)
een gordijn(en)
(...)
dit is; dit zijn
dat is; dat zijn
[Ai senhores, onde é que me fui meter]
een jongen(s)
een meisje(s)
een das(sen)
een huis(zen)
een podlood(en)
een handtas(sen)
een gordijn(en)
(...)
dit is; dit zijn
dat is; dat zijn
[Ai senhores, onde é que me fui meter]
quarta-feira, novembro 23, 2005
terça-feira, novembro 22, 2005
À procura de quarto
[conversa entre emigrante português - João- em Amesterdão que aluga quarto e a Joana]
João: Ó pá..tás a ver..o quarto é pequeno, mas...tás a ver...a casa tá equipada...tás a ver....
Joana: Então, eu podia passar por ai mais tarde para ver o sítio e a casa!
João: Tás a ver....é como te digo...o quarto é pequeno...tás a ver...
Joana: hm...vais estar ocupado à tarde, caso contrário passo ai e falamos melhor?
João: Tás a ver...até podes cá jantar se quiseres...tás a ver...
Joana: Eu posso jantar em casa, só preciso de saber a melhor hora para conhecer a casa!
João:...Tás a ver...esta semana vou receber um amigo de Portugal...Tás a ver...e ....tás a ver....só pode ser depois desta semana....tás a ver...hm...tás a ver
Joana: hm....hm...
João: É assim...tás a ver..tás a ver...tás a ver...tás a ver
Joana: Ok eu telefono mais tarde a dizer o que ficou decidido! (bolas...)
João: Ó pá..tás a ver..o quarto é pequeno, mas...tás a ver...a casa tá equipada...tás a ver....
Joana: Então, eu podia passar por ai mais tarde para ver o sítio e a casa!
João: Tás a ver....é como te digo...o quarto é pequeno...tás a ver...
Joana: hm...vais estar ocupado à tarde, caso contrário passo ai e falamos melhor?
João: Tás a ver...até podes cá jantar se quiseres...tás a ver...
Joana: Eu posso jantar em casa, só preciso de saber a melhor hora para conhecer a casa!
João:...Tás a ver...esta semana vou receber um amigo de Portugal...Tás a ver...e ....tás a ver....só pode ser depois desta semana....tás a ver...hm...tás a ver
Joana: hm....hm...
João: É assim...tás a ver..tás a ver...tás a ver...tás a ver
Joana: Ok eu telefono mais tarde a dizer o que ficou decidido! (bolas...)
segunda-feira, novembro 21, 2005
O sangue corre e percorre as veias solitárias e isoladas, que funcionam como carris para o resto do corpo. O sangue disfarça-se de azul sob o manto das veias, enerva-se de cima p'ra baixo e vice-versa. Em alturas mais proeminentes dos estados de alma, verga-se e gela, impõe um intervalo de cinco minutos, e logo retoma o singelo acto de passear por partes do corpo que ninguém conhece. O sangue conhece cinco minutos futuros, e os que os antecederam.
quinta-feira, novembro 17, 2005
quarta-feira, novembro 09, 2005
Letra para um hino
É possível falar sem um nó na garganta
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo. É
possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.
Manuel Alegre
E é possível tu venceres, amigo Alegre.
É possível falar sem um nó na garganta
é possível amar sem que venham proibir
é possível correr sem que seja fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.
É possível andar sem olhar para o chão
é possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo. É
possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre livre livre.
Manuel Alegre
E é possível tu venceres, amigo Alegre.
domingo, outubro 23, 2005
segunda-feira, outubro 17, 2005
segunda-feira, outubro 10, 2005
E depois de ontem!
O dia de ontem foi surpreendente e não foi surpreendente. Eu explico: ainda persiste uma dose de loucura para pensar que a democracia é pura, que o povo é justo, e que os maus da fita acabam sempre por perder como nos contos ou nos filmes infantis, carregados de lições de moral; todavia, já se sabe, este povo parece ter esquecido a posição crucial que ocupa, e faz asneira da grossa, como aliás já era de esperar. Pensamos pequeno, temos pavor da mudança. O povo português não avança, recusa-se a fazer melhor, a afirmar-se. Ontem só sublinhou isso. Este país enjoa. Dá vómitos. Em vários sentidos....que nervos! Rggghh...
sábado, outubro 08, 2005
segunda-feira, outubro 03, 2005
domingo, setembro 18, 2005
Bom dia Lúcia
Não é que este blog se tenha transformado num porto de perfis ou dedicatórias, mas quando se tem um blog tomam-se mais liberdades!!
A Lúcia pode ser descrita em três palavras: forte, sensível, bonita. Tudo q.b. Um nariz à batatinha, e umas maminhas sexis (já sei que me vais aniquilar, mas...) como eu lhe costumo dizer...tudo a brincar, claro. É branquinha, rosadinha, muito organizada, ríspida quando tem que ser, e um frasquinho de mel, também quando tem que ser.
Às vezes anda de mal com a vida, ou a vida de mal com ela. E o sorriso cai, mas não desaparece, porque a Lúcia é forte, capaz, com um coração temperado com amor. Por vezes custa lembrar os ingredientes que trazemos connosco , e por isso andamos mais caídos. E eu só vim aqui lembrar-lhe: és muito especial, uma mulher e pêras, com sangue na guelra, bonita, corajosa. Tenho muito orgulho em ser tua filha. Gosto muito de ti.
A Lúcia pode ser descrita em três palavras: forte, sensível, bonita. Tudo q.b. Um nariz à batatinha, e umas maminhas sexis (já sei que me vais aniquilar, mas...) como eu lhe costumo dizer...tudo a brincar, claro. É branquinha, rosadinha, muito organizada, ríspida quando tem que ser, e um frasquinho de mel, também quando tem que ser.
Às vezes anda de mal com a vida, ou a vida de mal com ela. E o sorriso cai, mas não desaparece, porque a Lúcia é forte, capaz, com um coração temperado com amor. Por vezes custa lembrar os ingredientes que trazemos connosco , e por isso andamos mais caídos. E eu só vim aqui lembrar-lhe: és muito especial, uma mulher e pêras, com sangue na guelra, bonita, corajosa. Tenho muito orgulho em ser tua filha. Gosto muito de ti.
sexta-feira, setembro 16, 2005
Raquel
A Raquel é das amigas mais sábias que tenho. Abriu-me espaços e tempos, desconhecidos para muitos. Desenhou-me céus nos tectos e oceanos nos chãos. Não é fácil conhecê-la, mas é menos difícil perder-se no labirinto da sua alma. Encantos tem mil. Um sorriso sincero, e uma delicadeza rara. Guarda na sua caixa de papel estórias para a ocasião. É demais a proteger livros e músicas que valham a pena. Refugia-se muitas vezes num quarto de quatro paredes, e ai estrutura ventos, saboreia micro-universos, alerta todas as filosofias.
A Raquel tem o seu próprio cosmos, e sabe muito bem como 'perfumar' uma amiga. Por onde passa polvilha versos de amor e desamor. Sabe de cor a geologia do mundo e não perde uma graça, mas claro, que seja conveniente.
Hoje é o dia da Raquel. E a Raquel merece aplausos do mundo.
Parabéns!
A Raquel tem o seu próprio cosmos, e sabe muito bem como 'perfumar' uma amiga. Por onde passa polvilha versos de amor e desamor. Sabe de cor a geologia do mundo e não perde uma graça, mas claro, que seja conveniente.
Hoje é o dia da Raquel. E a Raquel merece aplausos do mundo.
Parabéns!
quinta-feira, setembro 15, 2005
segunda-feira, setembro 12, 2005
Poesia
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
quinta-feira, setembro 08, 2005
Setembro
Gosto de Setembro. Setembro é uma ponte entre etapas da vida. Sempre foi. Agora mais do que nunca. Gosto do castanho com que pinta o espaço, a cidade. Gosto dele. Faz-me apaixonar. Faz o cabelo cair, como prenúncio do Outono, que embrulha folhas do mesmo castanho, que faz nascer também o castanho no feminino - as castanhas. Traz pingos de chuva, sem esquecer raios de sol. Os dias diminuem e as roupas crescem. Gosto de Setembro.
domingo, agosto 28, 2005
quarta-feira, agosto 10, 2005
sexta-feira, julho 22, 2005
Que imagem feiticeira é essa que adormece sob os olhos,
puros de preto e branco, sem conhecerem o arco-íris
que devora o chapéu do céu.
Vagueio entre cansaços de um mais ou menos, de um não mais que,
de este não sei se.
Provida de ses entrego a alma à metafísica que existe em cada corpo,
que passa, e passa, apenas! Nenhum desses corpos que andam pela cidade,
têm cor, todos a preto e branco, todos de uma engenharia mecânica.
Fantasmas feiticeiros, sem poder. Todos alheios ao arco-íris que insiste ser conceito,
que deambula por metafísicas que não conhece.
Nem o sol tem cor.
Tudo visão animal.
Preto e branco.
Numa cidade,
que não passa de uma tela esquecida.
puros de preto e branco, sem conhecerem o arco-íris
que devora o chapéu do céu.
Vagueio entre cansaços de um mais ou menos, de um não mais que,
de este não sei se.
Provida de ses entrego a alma à metafísica que existe em cada corpo,
que passa, e passa, apenas! Nenhum desses corpos que andam pela cidade,
têm cor, todos a preto e branco, todos de uma engenharia mecânica.
Fantasmas feiticeiros, sem poder. Todos alheios ao arco-íris que insiste ser conceito,
que deambula por metafísicas que não conhece.
Nem o sol tem cor.
Tudo visão animal.
Preto e branco.
Numa cidade,
que não passa de uma tela esquecida.
quarta-feira, julho 06, 2005
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no
fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué para o sol e acordarei;
E então será esse dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Magnificat, Álvaro de Campos
Era mesmo isto. Será dia. Um dia.
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no
fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué para o sol e acordarei;
E então será esse dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!
Magnificat, Álvaro de Campos
Era mesmo isto. Será dia. Um dia.
terça-feira, junho 21, 2005
segunda-feira, junho 13, 2005
Somos como árvores
só quando o desejo é morto.
Só então nos lembramos
que dezembro traz em si primavera.
Só então, belos e depidos,
ficamos longamente à sua espera.
Eugénio de Andrade
Manuel Tiago tem as mãos livres e dispõe do tempo necessário para arrumar todos os seus papéis e concluir o que no fio dos anos e no incessante combate não teve ocasião de arrumar, talvez por não desejar, como parece evidente, confundir as águas, misturar a acção política com a criação literária e, por uma clara influência política e partidária, levar a que os seus livros fossem quase de leitura "obrigatória". Página da Educação
Uma madrugada com raíz solitária para Portugal. Estamos mais sós e pobres. Temos perdido nomes, cultural e intelectualmente prementes. Resta-nos o futuro - restauração, digo!
só quando o desejo é morto.
Só então nos lembramos
que dezembro traz em si primavera.
Só então, belos e depidos,
ficamos longamente à sua espera.
Eugénio de Andrade
Manuel Tiago tem as mãos livres e dispõe do tempo necessário para arrumar todos os seus papéis e concluir o que no fio dos anos e no incessante combate não teve ocasião de arrumar, talvez por não desejar, como parece evidente, confundir as águas, misturar a acção política com a criação literária e, por uma clara influência política e partidária, levar a que os seus livros fossem quase de leitura "obrigatória". Página da Educação
Uma madrugada com raíz solitária para Portugal. Estamos mais sós e pobres. Temos perdido nomes, cultural e intelectualmente prementes. Resta-nos o futuro - restauração, digo!
sábado, junho 11, 2005
quarta-feira, junho 08, 2005
Vocês...
Tamanho total dos arquivos de música do meu computador?
Não há dedos, nem números para contar…muitos, muitos!
Último disco que comprei?
On and On, Jack Johnson
Canção que estou a escutar neste momento?
Don’t let it go, you’ ve got the music in you, you gonna get what you want, dos não me lembro, na rádio!
Cinco Músicas que escuto um montão de vezes ou que têm um significado especial para mim?
Cacoon, Jack Johnson
Carta, Toranja
Sparks, Coldplay
Um best of, de Bob Dylan
Riders on the storm, The Doors
Kings of Convinience, claro!...ups, já vão seis!
A quem vou passar esta corrente de gira-discos?
Vou ser desmancha-prazeres, e fazer como este miúdo e não vou passar a ninguém...Que falta de gosto, Joana!!
Não há dedos, nem números para contar…muitos, muitos!
Último disco que comprei?
On and On, Jack Johnson
Canção que estou a escutar neste momento?
Don’t let it go, you’ ve got the music in you, you gonna get what you want, dos não me lembro, na rádio!
Cinco Músicas que escuto um montão de vezes ou que têm um significado especial para mim?
Cacoon, Jack Johnson
Carta, Toranja
Sparks, Coldplay
Um best of, de Bob Dylan
Riders on the storm, The Doors
Kings of Convinience, claro!...ups, já vão seis!
A quem vou passar esta corrente de gira-discos?
Vou ser desmancha-prazeres, e fazer como este miúdo e não vou passar a ninguém...Que falta de gosto, Joana!!
sexta-feira, maio 27, 2005
sábado, maio 21, 2005
Parece (como em tudo na vida) que foi ontem, que tive o primeiro dia. Aquele das nossas vidas. E já falta pouco. Pouquinho. Para o último. Entra-se de mãos dadas com o medo, e cedo se reconhece que ele não existe - é apenas pó, que depressa sacudimos. E depois chega a hora da despedida. Do jantar. Das gargalhadas. Do verdadeiro self se afirmar. E depois é varrer com o medo. Porque ele volta.
sábado, maio 14, 2005
É bom pousar os cotovelos na mesa, as mãos a apoiar o queixo, e ouvir estórias de uma jornalista, que há 11 anos tem o contador ligado no Público.
terça-feira, maio 10, 2005
Ás vezes sinto a tua mão junta da minha. Sinto-te com o coração em bicos de pés. Falamos pela nossa música. Bailamos pela nossa imaginação. Esboçamos um futuro com a única pontuação escrita em sorrisos. Cozemos a pele uma à outra. Corremos um mundo temperado por nós. Nós. Um mais um. Dizem que somos estranhos. E somos. E, por isso, navegamos nesta estranheza, perdemo-nos no nosso oceano, tão grande, onde somente cabemos os dois. Olhamos o sol, e os lábios desenham-se em quarto crescente. Porque somos nós. Porque entendemo-nos pelas cores do arco-íris. Não precisamos do dia, quando temos o Amor.
Primeiro vieram os primeiros amigos e a primeira professora. Depois, houve lágrimas, porque se deixou os primeiros amigos e a primeira professora. Depois, vieram mais amigos, mais professores e erámos mais crescidos. Depois, deixámos os mais amigos e mais professores. Depois, a estes mais amigos juntaram-se mais amigos e mais professores. Depois, mais actividades e mais currículo com mais amigos mais professores e mais outros tantos profissionais. Depois correram rios de lágrimas. Depois uma festa feliz, um tricórnio e um bastão. E depois!?
sexta-feira, maio 06, 2005
"Chegarás a outra Primavera?"
Augustina Bessa-Luís questiona no seu Mundo Fechado.
Cada etapa é um mundo fechado...Da terra e das criaturas, dos pobres corações sinceros em todo o impulso dos sentimentos, expandia-se o estranho sortilégio de um belo mundo fechado...
E a vida é um círculo. É preciso saber desenhar pontos finais. E, sobretudo, expandir os parágrafos. O que se fechará domingo, já está, na verdade, fechado em mim. Uma nova bolha paira diante de mim. Quero apanhá-la!
Augustina Bessa-Luís questiona no seu Mundo Fechado.
Cada etapa é um mundo fechado...Da terra e das criaturas, dos pobres corações sinceros em todo o impulso dos sentimentos, expandia-se o estranho sortilégio de um belo mundo fechado...
E a vida é um círculo. É preciso saber desenhar pontos finais. E, sobretudo, expandir os parágrafos. O que se fechará domingo, já está, na verdade, fechado em mim. Uma nova bolha paira diante de mim. Quero apanhá-la!
quarta-feira, maio 04, 2005
segunda-feira, abril 25, 2005
quarta-feira, abril 13, 2005
Querido Antoine De Saint Exupéry,
Encontrei o teu principezinho. Ponto. Isto é o que interessa. Encontrei-o. A resposta demorou tanto quanto os sonhos demoram a chegar e a adormecer em nós. Desculpa. São tantos os ponteiros até esta carta. Queria te dar estas letras felizes desde sempre. Matar o teu deserto com a notícia que ele, o principezinho aproveitou a liberdade dos pássaros e aqui está refugiado em mim, no meu deserto. Esta aqui a semear inocências. Quem me dera ser pequenina como ele. Rir e nunca desistir de uma pergunta, suar energia, pingar amor. Sem que ninguém alertasse a realismos assassinos. Ele é feliz. É pequenino. Cada palavra dele é uma nota musical. Cada sorriso é um novo crepúsculo todos os dias. Tantas areias de desertos que calcei até ele naufragar em mim, debaixo do espectáculo das estrelas da minha noite - quinhentos milhões de guizinhos a ecoar melodias pelo universo fora. E eu a bailar, a bebericar da minha solidão perfeita, a tentar poesias quando só sei de prosas. A tentar perceber o mundo. A rodar a cabeça. A tentar conquistar raios de sol que nunca serão meus. A fazer da tristeza felicidade. A gritar de mim para mim. A comer frases que me ensinam: só se vê bem com o coração. A tentar fazer dos actos alma. A ensaiar tentativas de. Domada pelo planeta dos grandes - estarei eu, também grande? Mas lá está o principezinho a recordar-me a virgindade de um olhar, o que os adultos nunca irão perceber. Acorda-me para a vida que não é, mas que devia ser, quando solta o mar dos seus olhos que radiam céus de paz. Como percebo a alegria com que enlaçaste o principezinho no mundo e este nem o merece. Mas contam-se pelos dedos das mãos os muitos que vivem nesta bolha de um mundo - o verdadeiro - que respira do cálcio do Amor.
Eu sinto os cabelos louros na cara, vejo o brilho com que ele ofusca ruas e passeios. Ando pelos rios de dúvidas e porquês do nosso principezinho. Ele partilha rosas de maravilhas, raposas de amizades, estrelas de felicidade e espelha em mim, no mundo o seu saber - puro e inocente. E eu trato dele. Há-de ser sempre recém-nascido para mim. Acarinhar-lhe os ombros com o meu casaco. Cobrir-lhe de silêncios a alma. Dar-lhe planetas de paz. E acredito Exupéry, que muitos encontraram o teu principezinho pela Terra fora, pelo Universo que nos pertence. Cada um tem espaço para um principezinho. E são tantos os desertos, onde ele planta raízes de paixão. O Principezinho.
Tua
pensado na pequenina alma que me beija todos os dias pela manhã
Encontrei o teu principezinho. Ponto. Isto é o que interessa. Encontrei-o. A resposta demorou tanto quanto os sonhos demoram a chegar e a adormecer em nós. Desculpa. São tantos os ponteiros até esta carta. Queria te dar estas letras felizes desde sempre. Matar o teu deserto com a notícia que ele, o principezinho aproveitou a liberdade dos pássaros e aqui está refugiado em mim, no meu deserto. Esta aqui a semear inocências. Quem me dera ser pequenina como ele. Rir e nunca desistir de uma pergunta, suar energia, pingar amor. Sem que ninguém alertasse a realismos assassinos. Ele é feliz. É pequenino. Cada palavra dele é uma nota musical. Cada sorriso é um novo crepúsculo todos os dias. Tantas areias de desertos que calcei até ele naufragar em mim, debaixo do espectáculo das estrelas da minha noite - quinhentos milhões de guizinhos a ecoar melodias pelo universo fora. E eu a bailar, a bebericar da minha solidão perfeita, a tentar poesias quando só sei de prosas. A tentar perceber o mundo. A rodar a cabeça. A tentar conquistar raios de sol que nunca serão meus. A fazer da tristeza felicidade. A gritar de mim para mim. A comer frases que me ensinam: só se vê bem com o coração. A tentar fazer dos actos alma. A ensaiar tentativas de. Domada pelo planeta dos grandes - estarei eu, também grande? Mas lá está o principezinho a recordar-me a virgindade de um olhar, o que os adultos nunca irão perceber. Acorda-me para a vida que não é, mas que devia ser, quando solta o mar dos seus olhos que radiam céus de paz. Como percebo a alegria com que enlaçaste o principezinho no mundo e este nem o merece. Mas contam-se pelos dedos das mãos os muitos que vivem nesta bolha de um mundo - o verdadeiro - que respira do cálcio do Amor.
Eu sinto os cabelos louros na cara, vejo o brilho com que ele ofusca ruas e passeios. Ando pelos rios de dúvidas e porquês do nosso principezinho. Ele partilha rosas de maravilhas, raposas de amizades, estrelas de felicidade e espelha em mim, no mundo o seu saber - puro e inocente. E eu trato dele. Há-de ser sempre recém-nascido para mim. Acarinhar-lhe os ombros com o meu casaco. Cobrir-lhe de silêncios a alma. Dar-lhe planetas de paz. E acredito Exupéry, que muitos encontraram o teu principezinho pela Terra fora, pelo Universo que nos pertence. Cada um tem espaço para um principezinho. E são tantos os desertos, onde ele planta raízes de paixão. O Principezinho.
Tua
pensado na pequenina alma que me beija todos os dias pela manhã
domingo, abril 10, 2005
quarta-feira, abril 06, 2005
quinta-feira, março 31, 2005
"Descubrí que mi obsesión de que cada cosa estuviera en su puesto, cada assunto en su tiempo, cada palabra en su estilo, no era el premio merecido de una mente en ordem, sino al contrario, todo un sistema de simulación inventado por mí para ocultar el desordem de mi naturaleza. Descubrí que no soy disciplinado por virtud, sino como reacción contra mi negligencia; que parezco generoso por encubrir mi mezquindad, que me paso de prudente por mal pensado, que soy consiliador para no sucumbir a mis cóleras reprimidas, que sólo soy puntual para que no se sepa cuán poco me importa el tiempo ajeno. Descubrí, en fin, que el amor no es un estado del alma sino un signo del zodíaco".
Memoria de mis putas tristes, de Gabriel García Márquez
Memoria de mis putas tristes, de Gabriel García Márquez
segunda-feira, março 28, 2005
terça-feira, março 22, 2005
domingo, março 20, 2005
domingo, março 06, 2005
Infelizmente, profissionalismo não é dos conceitos mais atendíveis em Portugal. Há sempre aquela mania dos doutores e nem sequer sabem o que é uma hierarquia e, muitas vezes confundem rigor com compreensão. Há sempre aquela estúpida mania das "tias" que só trazem areia na cabeça e não contribuem em nada para a cultura do país. Mas, claro o silêncio impera sempre, Portugal continua pequeno e há-de assim prosseguir, porque transformação e mudança são conceitos teóricos e com responsabilidade desviante. Atende-se ás mesquinhices sem filtrar o conteúdo e ir direito ao essencial. Espera-se ao invés de se actuar e depois, como não podia deixar de ser, esconde-se na desculpa da falta de tempo. As obras públicas prolongam-se, personificam-se na dor de cabeça dos utentes, discutem-se vidas pessoais em vez dos temas verdeiramente importantes para o país, a Justiça arrasta-se pelo relógio sem fim e a educação é a pior de sempre com medidas novas aqui e velhas nos outros países, a saúde é uma doença em si neste país onde nada promete e o espaço para os que hão-de vir é praticamente nulo. É difícil salvaguardar uma esperança, não!? Está mais que na altura de dar uns beliscões no rabo deste Portugal cansado a ver se isto anda p'ra frente! Ou o melhor é desertar desta terra sem leme (assim parece!).
sábado, março 05, 2005
segunda-feira, fevereiro 28, 2005
domingo, fevereiro 27, 2005
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
terça-feira, fevereiro 22, 2005
Fingir nunca é a solução, mas a verdade é que, por vezes e muitas vezes, fingir pode significar escapar. Por isso, sabe bem fingir uma vez por outra. Pensar que a solidão fica adormecida debaixo da almofada e assim enganar a veracidade e a frieza com que o coração fala. Hoje está a chover e no cd player tenho Jack Johnson. Ora, par perfeito para escapar (fingir). De pálpebras fechadas finjo que a minha realidade é outra; de olhos fechados até consigo voar...
sábado, fevereiro 19, 2005
Prosa a Centro de Saúde de Rio Tinto...
Ainda entram os primeiros raios de sol pelas frinchas da velha e degradante janela castanha forrada a pó e já estás tu, meu benjamim, meu Centro de Saúde repleto de pessoas de todas as idades, sejam elas idosas, crianças, adultos... Há gente que fala por ti. Oh, desculpa, fala não, grita. Deitam o hálito da manhã bem cá p'ra fora, mas para dizer, "eu não sei nada". Oh, meu Centrinho dotado de escadas ingrímes, daquelas 'jeitosas' para quem anda de muletas e, principalmente para grávidas, por que pensas tu que vais mudar de instalações em Março. Há tanto que pensas mudar e nunca mudas...Será desta vez!E se te fores, vais levar contigo a antipatia dessa tua gente, as tuas demoras, os inúmeros médicos que faltam todos os dias, as sobras de médicos que atendem por "despacha"!? Por favor, responde rápido...ups! É verdade, ainda estou em lista de espera! Mas agradeço-te os dois anos que levaste até regularizares o meu cartão de utente!
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
Estas palavras já foram escritas neste blog, mas como a vida é um círculo, coisas há que se repetem. Por isso, aqui de novo Miguel de Sousa Tavares:
... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
segunda-feira, janeiro 17, 2005
Fuck
Ainda me recordo da espontaneidade do meu professor de português do 12 ano. Bastavam os meus olhos na delicia das suas palavras.
Na primeira aula citou Saramago, quando este se referiu a alguma parte da sua vida como uma "merda". A imaturidade da idade gerou uma gargalhada geral. Merda. O professor, surpreso suavizou, dizendo que é apenas uma palavra, como todas as outras, escrita no dicionário!
Não me parece que tenha que conter a espontaneidade dos meus pensamentos ou palavras. Palavras são meros reflexos do que nos vai na alma, como diz o povo. O bonito ou feio são conceitos tão relativos quanto o bom ou o mau. Conter as minhas palavras seria conter os meus estados de espírito. Perdão, meus caros leitores se feri mentes com a palavras Fuck, mas nunca prometi agradar a todos. Aliás, a promessa deste blog é ser fiel a mim mesma (como todos devemos ser). Fuck é a tradução do que seria para mim Merda em português. Um reflexo de um muito stressado estado de espírito. Apenas.
Na primeira aula citou Saramago, quando este se referiu a alguma parte da sua vida como uma "merda". A imaturidade da idade gerou uma gargalhada geral. Merda. O professor, surpreso suavizou, dizendo que é apenas uma palavra, como todas as outras, escrita no dicionário!
Não me parece que tenha que conter a espontaneidade dos meus pensamentos ou palavras. Palavras são meros reflexos do que nos vai na alma, como diz o povo. O bonito ou feio são conceitos tão relativos quanto o bom ou o mau. Conter as minhas palavras seria conter os meus estados de espírito. Perdão, meus caros leitores se feri mentes com a palavras Fuck, mas nunca prometi agradar a todos. Aliás, a promessa deste blog é ser fiel a mim mesma (como todos devemos ser). Fuck é a tradução do que seria para mim Merda em português. Um reflexo de um muito stressado estado de espírito. Apenas.
terça-feira, janeiro 11, 2005
sexta-feira, janeiro 07, 2005
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