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quinta-feira, outubro 23, 2003

Hoje o Rós e a Sigur disseram depois de pensar: "Não conseguimos acompanhar o mundo". E, depois correram para tentar acompanhar o mundo e o tempo. E depois do depois (pensado pelos dois) pestanejaram e abriram cortinas de vidro, daquelas embaciadas pela alucinações dos ritmos dos outros planetas, mais rápidos. O Sí­lvio acabou de vencer o jogo de xadrez. Um dia, disseram-me que o mundo é um jogo de xadrez. Talvez porque a rainha tinha o teu nome estampado na coroa... talvez porque existem torres e cavalos, peças brancas e pretas que fazem parte do universo azul... tabuleiro verde ou de água? De água porque os nossos corpos flutuam num espaçoo indefinido! Na definção de "não conseguir acompanhá-lo" ou nas ilusórias chamas do tentar? Sim, o "tentar" torna-se um deserto quando a areia passa a imaginários fios de água e aqui "não conseguimos acompanhá-lo", no entanto, todos os desertos têm um poço... algures... onde a sede de palavras soa indesejada. E, no entanto, essas palavras são nossas. Serpentes que se evadem do mundo na ingratidão do rastejar. O mundo está repleto tanto de serpentes como de anjos. Será que existem anjos a rastejar e serpentes com asas?
e a resposta acanha-se atrás de duas palavras: - porque não? Enquanto houver flores que os escrevam, porque não? O pano vermelho que cobre o mundo cai. Finda a peça de teatro: as suas vidraças reflectem o que não conseguimos acompanhar no mundo.

B612

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