Q.
Entre os pingos da chuva e a banda sonora que se ouve do céu escrevo-te estas prometidas palavras. Um destes dias o dia nasceu com sol e adormeceu com chuva, exactamente como a minha febre. Ás vezes nem dou por ela, outras vezes ela faz questão de me calcar. Naquelas quatro paredes, despojadas de vida, à espera de uma nova estória para inscrever no espaço, esvaziei o copo. Mediste-me a febre e eu fechei a torneira ao ritmo das tuas mãos macias me passarem pelos fios de cabelo.
Não, não se resolve tudo dentro de quatro paredes. As quatro paredes alargaram-se. As minhas quatro paredes é o ar que me envolve e me faz vaguear pelas ruas da vida, pelo tempo que aquela Mão que vimos juntas me concede. Já não gasto tantos lenços de papel, equilibrei os calores da gripe, já não bebo tanto chá. A febre deu tréguas. Portanto, corro pelos dias encharcada de força, com intervalos cambaleantes e momentos de saudade por aquilo que está para vir. Só se vê bem com o coração e tu viste!
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