Ninguém consegue definir o amor. Todos conseguem definir o amor.
Nós portugueses somos uns privilegiados. Temos um poeta que escreveu de uma forma subtil e directa, contraditória e clara, todos os ângulos do amor, todos os seus vértices, toda a sua magia! Conhecemos e temos no dicionário português a palavra "saudade". Somos um povo ligado ao sentimento e teme-se verbalizar o amor. O amor não existe para ser verbalizado, é certo. No amor as palavras são zero e os actos, milhões! Mas será tão difícil colocá-lo em palavras? Ou será medo de esgotar todo o vocabulário. Medo de estar nú perante o outro. Medo de mostrarmos a alma e a sua fortaleza. Afinal, não é pelo amor que o mundo dá uma volta todos os anos, que todos os dias nos vestimos e lavamos os dentes. E porquê? Porque o amor é querer sair de si mesmo e encontrar uma outra parte, é ser feliz por se aproximar uma certa hora, é olhar nos olhos sem precisar de gastar saliva, é sentir a alma fresca como uma alface, é vislumbrar um rouxinol num turbilhão de folhas verdes, é afogar-se em brilhos, é rodopiar na multidão, é sair de si mesmo, é...
Tantas palavras que podem desenhar o AMOR...
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