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sexta-feira, agosto 29, 2003

Uma da manhã. Os meus olhos custam a fechar. O joão-pestana não chega. O meu coração começa a sonhar. Suspiro!Dou uma volta e dou outra volta. Enrolo-me no lençol e sinto frio. Os olhos fecham sem sono. Lá fora, pingos de chuva caem e eu relembro aquela tarde de Inverno que passamos juntos. A cada pingo que caía faziamos projectos para um futuro que achavamos nosso. Não podíamos, nessa altura, adivinhar que o futuro não nos pertencia como a ninguém pertence. Lembro o abraço. Lembro o beijo arrepiante que os lábios trocaram. Lembro as gotas no vidro do carro e lembro, também o teu olhar profundo e belo a dizer "amo-te". Amo-te. É engraçado! Raramente se diz esta palavra a qualquer pessoa. Na vida temos cuidado quando expomos o "amo-te". No entanto, chega-se aos trinta e vendo bem os factos, já soletramos, endereçamos, expusemos uma data de vezes a palavra. Rebobinar.
Percebes de imediato o feedback do "amo-te". Os braços encontram-se, os lábios perduram e o caminho dos sonhos enlaçam-se. Aquele momento mágico, criado por nós que, na verdade éramos um ficou embalsamado quando me dizes: "não tenho uma resposta". Quando eu te pergunto: "Há um caminho para nós?"

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